Aparecida

Editorial do Diário de Aparecida: Tempo perdido

O impacto da Covid-19 sobre a economia de Aparecida está sendo muito maior que o imaginado. O município já passou de um ano sem registrar um único novo investimento empresarial e sem sequer fazer o anúncio de qualquer ampliação das unidades industriais já instaladas. O pequeno e médio comércio e o setor que presta serviços também sentem o ambiente negativo criado pela pandemia.
Em um momento difícil como esse, é dever da prefeitura se desdobrar para encontrar soluções paliativas para ao menos preservar os níveis existentes de renda e empregos. Até mesmo a palavra das autoridades municipais pode gerar algum efeito positivo, traçando perspectivas para o futuro e abrindo com a sociedade e as lideranças classistas um debate sobre as saídas possíveis. Discutir, pelo menos. Ouvir sugestões e encaminhar propostas, talvez, no caminho da inovação.
Pois nada disso acontece em Aparecida. Pior: em plena pandemia, com o município retornando à condição de calamidade no mapa da Secretaria Estadual da Saúde, o que faz o prefeito? Viaja sem parar e gasta seu valioso tempo com articulações políticas e partidárias de olho na eleição do ano que vem.
De certa forma, Gustavo Mendanha está renunciando ao seu papel de liderança de uma comunidade em crise para se dedicar a atividades superficiais e desnecessárias no momento atual, quando o foco total das autoridades deveria ser o enfrentamento à Covid-19 e o trabalho para levar à população sofrida algum alívio, seja através de programas emergenciais para socorrer as famílias em vulnerabilidade, seja mediante apoio às camadas mais frágeis da economia, como, por exemplo, os empreendedores de menor tamanho.
Omitir-se é correr o risco de receber, mais cedo ou mais tarde, a sentença condenatória da História pelo crime de falhar com as expectativas do povo e permitir que o quadro de desalento e dificuldades nas ruas, praças e avenidas de Aparecida cresça sem limitações. Está na hora do sr. Gustavo Mendanha se conscientizar dos encargos que a reeleição colocou sobre as suas costas e dar uma resposta aos munícipes.

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