Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Vai piorar…

Após viver, em março, o mês mais mortal da pandemia, com 66 mil óbitos ligados à covid-19, o Brasil pode vir a registrar 100 mil mortes em abril, segundo prevê uma análise do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Até 31 de março, o país somava um total de 321 mil vítimas do coronavírus. 

A análise da instituição estima que esse número deverá saltar para 422 mil até 30 de abril. A universidade prevê um pico de mortes diárias em 24 de abril, quando os óbitos podem passar de 4 mil em 24 horas. Desde o início da pandemia, o recorde de mortos em apenas um dia foi de 3.869 vítimas, registrado em 31 de março.

Até 1º de julho, última data incluída na previsão da instituição, o total de mortos pela covid-19 no Brasil chegará a 421 mil em 30 de abril. Já a previsão de longo prazo aponta para 562 mil óbitos. Os números mencionados acima se referem ao cenário atual do País, que foi o considerado pelo instituto.

Apesar desse cenário de previsão apocalíptico, especialistas da área são categóricos em reafirmar que ainda há tempo para amortizar as perdas. E a solução apontada por todos eles é unânime: a adoção de um conjunto de medidas que reduzam a circulação de pessoas, o cumprimentos dos protocolos sanitários (largamente desrepeitado pelos brasileiros atualmente) e, o principal, agilizar a vacinação. 

Ontem, 5, atingimos a baixa marca de 10% de brasileiros vacinados. Faltam vacinas para a aplicação da primeira dose e ampliação dos grupos prioritários, um reflexo do negacionismo do presidente da República à vacina e, consequentemente, falta de investimentos do governo federal na compra de imunizantes para toda a população.

Soa repetitivo o alerta semanal, mas não é. É preciso conscientização da população para o problema, assim como é preciso que os gestores de todas as esferas garantam subsídios sociais e econômicos para juntos, a sociedade possa superar a crise instaurada no Brasil. Estamos pagando o valor mais alto por tanta negligência: a perda de vidas. 

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