Aparecida

Em 110 dias, Aparecida de Goiânia se aproxima do total de mortes de 2020

Terça-feira, 20, foi o 110º (centésimo décimo) dia de 2021. Três meses completos e um caminhando para o fim. Fala-se em pandemia desde o ano passado, mas nunca se viu tantas despedidas em tão pouco tempo. 2021 já registra 501 vidas interrompidas em Aparecida de Goiânia. O número aproxima-se do total registrado no ano de 2020, quando a Covid-19 levou 590 pessoas em oito meses. São, no total, 1.091 mães, pais, filhos, avós, tios, amigos aparecidenses que perderam suas vidas para a doença, com sete confirmados nas últimas 24 horas.
A primeira morte confirmada por coronavírus no município foi registrada no dia 12 de abril de 2020. Nesse dia, a Secretaria Municipal de Saúde comunicou que uma mulher de 45 anos teria contraído o novo vírus e havia morrido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Goiânia (HGG). Segundo o boletim epidemiológico do município, a mulher tinha doenças crônicas e o quadro clínico era grave. A notificação positiva de Covid-19, doença decorrente do vírus, foi registrada no dia 11 de abril de 2020.
Conforme a secretaria, a mulher não teve histórico de viagem nem contato com nenhum caso confirmado de Covid-19. Por isso, a cidade passou a ser considerada um local de transmissão comunitária do vírus.
No momento, Aparecida possui 911 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 60.657 casos confirmados, 58.655 estão recuperados. No momento, a taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento da Covid-19 na rede pública de saúde está em 72% e a rede particular, em 91%, com total de 78%.
O painel, atualizado em tempo real pela Secretaria Municipal de Saúde, aponta que 56% dos casos são de mulheres. A faixa etária que concentra mais casos é entre 30 e 39 anos (25%), seguida por jovens com idades entre 20 e 29 anos (22%). Em Aparecida, atualmente, o bairro que mais possui casos confirmados é o Jardim Buriti Sereno (2.781), em seguida vem o Cidade Vera Cruz (2.515).

Números crescentes
A média móvel de novos casos em Aparecida de Goiânia voltou a ter tendência de crescimento após estabilidade no mês de abril. Conforme noticiado pelo Diário de Aparecida na edição especial de terça e quarta-feira últimas, a variação do índice foi superior a 15% em relação à indicação de 14 dias atrás da publicação.
A média móvel de óbitos continua estável na cidade e está em 8,5 mortes diárias. Ao blog Mais Goiás, o secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, afirmou que o número de óbitos diários deve cair a partir da segunda quinzena deste mês, mas até agora a curva de média móvel de óbitos não apresentou tendência de queda.
A pandemia se agravou em março. O município registrou 239 óbitos em decorrência da Covid-19 neste período. Foi quase metade do total de 546 óbitos registrados no mês de março no município. A média diária de mortes chegou a 8,3, e não é por acaso. Cenas de aglomerações na cidade são cada vez mais comuns, ao passo que pontos comerciais aparecidenses e feiras livres funcionam livremente.
Aparecida tem a maior taxa de incidência do novo coronavírus dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes em Goiás, com aumento também no número diário de mortes (de duas por dia em dezembro para oito por dia em março), enquanto o sistema de saúde municipal esteve praticamente colapsado em quase todo mês passado, sem disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou até mesmo de enfermaria para atender os pacientes.
Apesar dos números, a Prefeitura de Aparecida disse que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade. Cenas chocantes mostradas em edições passadas do DA nos cemitérios locais exibem sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo