Aparecida

Em menos de 40 dias, quatro bebês tiveram fratura durante parto na Maternidade Marlene Teixeira

Um dos episódios ocorreu no dia 25 de janeiro e já é o segundo caso registrado só essa semana em Aparecida de Goiânia

Eduardo Marques

Enquanto o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) abandona a cidade para fazer politicagem, a saúde pública municipal de Aparecida de Goiânia segue em estado crítico. A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) está investigando mais um caso de bebê que teria tido o braço fraturado durante o parto na Maternidade Marlene Teixeira (MMT). O caso aconteceu no dia 25 de janeiro, entretanto, o anúncio foi realizado ontem, 3. Esse é o quarto episódio desde dezembro e o segundo registrado essa semana, segundo a corporação. 

À CBN Goiânia, a delegada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Bruna Coelho, contou que a unidade hospitalar ainda não foi notificada sobre essa última ocorrência. A investigadora disse que as averiguações continuam e que vai ouvir as famílias dos bebês e as testemunhas. À maternidade, serão solicitados os dados da equipe que participaram dos partos. 

Em relação aos dois primeiros casos de recém-nascidos que tiveram o braço fraturado durante o nascimento na mesma unidade hospitalar, a delegada aguarda um retorno do Conselho Nacional de Medicina (CRM) para apurar se o protocolo realizado estava dentro dos padrões exigidos. Além disso, é necessário fazer um exame complementar nas crianças para averiguar se há chances de eles terem sequelas. O resultado do teste deve demorar cerca de 60 dias porque os bebês ainda estão em tratamento. 

Recentemente, um pai, que não teve a identidade divulgada, denunciou à polícia que seu bebê teve a clavícula fraturada durante o parto na MMT. A fratura foi constatada depois de um raio-X feito no bebê após a saída da mãe do hospital. A corporação informou que a denúncia foi feita na DPCA na última quinta-feira, 27, e o parto do recém-nascido aconteceu no dia 20 de janeiro.

“Segundo o pai do menino que registrou o caso, a situação aconteceu durante o parto. Ele conversou comigo informalmente e disse que tentou conversar com a administração do hospital, mas que não teve muita resposta. Estamos seguindo com a investigação”, conta Bruna. “Uma das vertentes da investigação é no sentido de apurar o que está acontecendo, se de fato há uma irresponsabilidade nesses partos e se é algo que o hospital poderia evitar. Vamos averiguar o motivo desses casos acontecerem rotineiramente”, diz delegada.

A segunda denúncia relatada aconteceu em dezembro de 2021. A autônoma Vanessa Tomé Vieira afirmou que o filho teve o braço esquerdo quebrado durante o parto na maternidade. Ela levou o bebê para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e constatou a fratura.

O bebê João Lucas nasceu em 18 de dezembro passado. A mãe contou que a pediatra tirou a criança durante o parto e a levou para ver. Depois, o bebê foi levado para o berçário. “Pouco tempo depois, a pediatra voltou dizendo que havia notado uma fratura no braço. Não tive assistência, o que me gerou revolta, pois acredito não ser normal quebrar o braço de um bebê”, desabafou a mãe.

No depoimento dado à polícia, Vanessa Tomé disse ainda que pediu à maternidade que informasse o nome da médica que fez o parto, mas o pedido não foi atendido. “No dia seguinte ao parto, fomos encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Buriti Sereno com pedido de raio-x, onde foi constatado a fratura e a imobilização do braço esquerdo do meu bebê”, contou. Segundo a mãe, a rotina não tem sido fácil porque o filho sente dor e chora muito. Ela relata que o filho tenta se movimentar e tira a faixa colocada para imobilizar o braço. 

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia informou que recebeu três denúncias sobre fraturas durante partos na Maternidade. A pasta abriu sindicância para apurar os fatos e os três processos estão em andamento. A Secretaria frisa ainda que os prontuários das três pacientes em questão também serão encaminhados para a Comissão de Ética do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).

Foto: Reprodução / Internet

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