Aparecida

Em vez de promover campanhas educativas, prefeitura investe no “marketing da vacina”

Embora a Prefeitura de Aparecida de Goiânia gaste o dinheiro dos contribuintes em campanhas publicitárias para ressaltar que o município estaria supostamente à frente de outros do Estado de Goiás no processo de vacinação da população contra a Covid-19, Aparecida é uma das grandes cidades goianas onde a imunização está mais atrasada, com baixa cobertura em relação à aplicação da 2ª dose. O prefeito Gustavo Mendanha (MDB) desperdiça recursos municipais para fazer o chamado “marketing da vacina”, em detrimento das ações que verdadeiramente poderiam oferecer alguma contribuição contra o avanço da doença, em especial com anúncios educativos e não políticos.

Baseado no Painel da Covid-19 de Aparecida de sábado passado, 12, que foi o último registro, apenas 7,15% da população geral aparecidense recebeu a segunda dose, com 42.196 aplicações. A média de aplicação das vacinas no município fica abaixo de Goiás (9,66%), com 677.965 pessoas vacinadas, de acordo com dados de ontem, 16, da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), e do Brasil (11,26%), com 23.842.785 aplicações, conforme informações da última terça-feira, 15, do consórcio de veículos de imprensa.

Com relação à primeira dose, Goiás aplicou 1.848.426, o que equivale a 26,34% do total da população goiana imunizada contra a Covid-19. Somando a primeira e a segunda doses, foram aplicadas 2.526.391. Em relação ao Brasil, 56.913.618 pessoas tomaram a primeira dose, o que corresponde a 26,88% da população imunizada. No total, somando a primeira e a segunda doses, 80.756.403 doses da vacina foram aplicadas em todo o território nacional. Aparecida de Goiânia, assim como em relação à segunda dose, está abaixo das médias estadual e nacional, com 130.230 aplicações da primeira dose, o que equivale a 22,06% dos aparecidenses.

Assim como em nível estadual e nacional, a média de Aparecida também fica abaixo entre os três maiores municípios em população de Goiás. Em Goiânia, cidade mais populosa, 213.639 receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19, o que equivale a 14,1% da população vacinada. Anápolis, terceira maior cidade em população, ocupa a vice-liderança do ranking estadual com 11,51% dos anapolinos imunizados com a segunda dose, o que corresponde a 45.128 pessoas.

Além disso, moradores de Aparecida denunciam constantemente ao Diário de Aparecida que não estão conseguindo agendar a vacina contra a Covid-19 pelo sistema on-line (aplicativo e site) da prefeitura. Uma leitora do DA, que preferiu não se identificar, afirmou que não há vaga para o recebimento do imunizante durante a semana nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). O morador do Jardim Tiradentes Wendell Fernandes ressaltou que quem não possui veículo encontra dificuldade para se vacinar na cidade. “Difícil conseguir vaga no agendamento nesse aplicativo da saúde de Aparecida para UBS mais próxima. O Mendanha pensa que todos os aparecidenses têm um automóvel”, escreveu ele em uma rede social do jornal.

Vale ressaltar que, para combater a pandemia, é um erro a concepção de competição entre os poderes públicos, buscando-se vender a imagem de que este ou aquele estaria à frente das ações de prevenção ou de combate direto a essa verdadeira praga dos tempos modernos. No caso da Prefeitura de Aparecida, mais uma vez, apenas se confirma que tudo é feito com vistas a faturar dividendos pessoais para o prefeito e não em benefício do conjunto da sociedade.

 

Autorização
O governador Ronaldo Caiado (DEM) celebrou a autorização, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dada ao governo do Estado para importação excepcional de 142 mil vacinas Sputnik V, produzidas pela Rússia. Goiás tornou-se um dos Estados do Centro-Oeste a avançar na negociação de imunizante alternativo para a população. “É uma vitória que divido com toda minha equipe da Secretaria da Saúde, após articulações que vinham de longa data”, disse durante coletiva de imprensa, após vistoria da reforma e ampliação da Praça de Esportes do Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.

O aval da agência foi divulgado na última terça-feira, 15. Caiado explicou que o governo federal está abrindo a Estados e empresários a possibilidade de aquisição, uma vez que o processo de vacinação avança, conforme as etapas estipuladas pelo Plano Nacional de Imunização. O governador também respondeu sobre a eficácia dos imunizantes disponíveis. “Todas as vacinas que puderam ser levadas aos brasileiros foram autorizadas pela Anvisa. Não é uma pessoa, na tese do achismo, que vai determinar qual pode ou não ser tomada”, alertou. “A Anvisa dando a palavra final, Goiás já será beneficiado com a compra da vacina.”

Os imunizantes vão ser utilizados em 71 mil goianos com a primeira dose e o reforço, o que equivale a 1% da população. “Esse é o limite permitido pela agência para Estados que pediram autorização. O importante é vacinar a nossa gente”, disse Caiado. “A Anvisa impõe regras que, enquanto não forem atendidas, não se pode falar em datas de recebimento das vacinas”, afirmou. Ele também disse que outras negociações estão em andamento, mas só adiantará detalhes quando munido de acertos concretos.

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