Aparecida

Enquanto Goiânia adota novas regras para conter a Ômicron, gestão de Aparecida se omite

Com taxa de 75% de ocupação dos leitos de UTI no município, prefeito Gustavo Mendanha passeia por cidades goianas

Eduardo Marques

Enquanto a gestão da Prefeitura de Goiânia sai na frente e se preocupa em conter o avanço da pandemia de Covid-19 no município, adotando novas regras, a prefeitura da circunvizinha, Aparecida de Goiânia, continua sem tomar nenhuma providência. Com 75% de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) para tratamento da doença e superlotação de pacientes com sintomas gripais nas unidades municipais de emergência na cidade, o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) se empenha ultimamente em realizar tour político partidário permanente por outras cidades de Goiás atrás de lideranças insignificantes e de nenhuma expressão para sustentar a sua ambição de disputar o governo do Estado, deixando a cidade abandonada. De acordo com o Painel Covid-19 de Aparecida, até segunda-feira, 17, o município possuía 94.247 casos e 1.771 vieram a óbito.

Além disso, a vacinação contra a Covid-19 continua em ritmo lento na cidade. Com dados desatualizados, o Painel Coronavírus do município de Aparecida do dia 27 de dezembro, último registro, mostra que apenas 7,37% da sociedade aparecidense recebeu a dose de reforço contra o novo Coronavírus. Foram 44.367 vacinas aplicadas. A imunização em duas etapas atingiu apenas 59,91% da população geral do município. Foram 360.603 doses aplicadas na segunda etapa de vacinação. Já a primeira dose dos imunizantes alcançou 69,08% dos aparecidenses, com 415.773 doses aplicadas, segundo o Painel da Covid-19 da cidade. O Diário de Aparecida utilizou as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa populacional de Aparecida para 2021 foi de 601.844 habitantes.

Durante reunião com representantes do setor econômico na manhã desta segunda-feira, 17, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) afirmou que a preocupação da Prefeitura de Goiânia neste momento é com a Saúde pública. “As doenças estão aí e a nossa maior preocupação é com a gripe também, que está tirando muitas pessoas do emprego e levando para o pronto-atendimento. Diferentemente da Covid-19, no caso da H3N2, não há vacina disponível ainda”, falou. Em coletiva de imprensa, o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, ressaltou que as medidas são necessárias para que o sistema de Saúde não fique sobrecarregado.

De acordo com o decreto publicado ontem, 18, de manhã, a partir de agora, eventos como shows, apresentações e festas na Capital estão restritos a um público menor. Bares, restaurantes, lanchonetes e similares deverão funcionar com lotação de 50% da capacidade do local, obedecendo distanciamento entre as mesas de 1,5 m. Para o funcionamento de boates e casas de espetáculos, o número de pessoas presentes também está limitado a 50% da capacidade de cada estabelecimento e fica proibido o uso de pistas de dança e permanência de pessoas em pé. O dispositivo proíbe festejos de Carnaval, pré-carnaval, grandes shows e eventos, com exceção dos que já estão programados, e baladas na Capital.

A regra da lotação de no máximo 50% da capacidade também vale para o funcionamento de shoppings, cinemas e celebrações religiosas, realização de shows e festas, assim como para os estabelecimentos destinados à recreação e práticas esportivas e recreativas, como o Zoológico e o Parque Mutirama. Conforme o decreto, fica autorizada a realização de eventos sociais e corporativos limitados à ocupação de no máximo 50% do espaço, obedecidos os demais protocolos estabelecidos em Nota Técnica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e com limite máximo de 500 pessoas, vedada a permanência de pessoas em pé.

Escalonamento regional

O aumento no número de mortes por Covid-19 em Aparecida é a consequência do modelo de escalonamento do comércio adotado pela prefeitura desde 2020. Desde que a prefeitura adotou esse sistema, além de casos e mortes, a ocupação de leitos UTI’s aumenta vertiginosamente dia após dia. Até hoje, o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) insiste em afirmar que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém a adoção dele na cidade contribuiu para o progresso da pandemia na cidade.

Inclusive, além de não frear a doença, o modelo adotado pela prefeitura não contemplou o setor produtivo do município, pois enquanto havia medidas de flexibilização em outras cidades do Estado, inclusive na circunvizinha Capital, em Aparecida, o comércio e as atividades não essenciais ficaram presos.

Mais de 80% da população brasileira defende “passaporte da vacina” para locais fechados

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na última segunda-feira, 17, mostra que 81% dos brasileiros apoiam a exigência de passaporte da vacina para quem for adentrar locais fechados no país, como é o caso de academias de ginástica, restaurantes, locais de festa, entre outros.

O levantamento indica que outros 18% rejeitam a ideia de se cobrar o documento, enquanto 1% das pessoas consultadas não soube responder à questão. Uma pesquisa feita pelo jornal O Globo e divulgada no último sábado, 15, mostra que pelo menos 16 capitais do país adotam a exigência do passaporte em locais públicos.

A sondagem do Datafolha também sinaliza que houve, no país, um salto de 20% para 45% na percepção da população em relação ao descontrole da pandemia. A pesquisa anterior foi feita em 13 de dezembro. A alta vem no momento em que o Brasil vive ampliação do número de infecções causadas pela variante Ômicron.

O País já tem mais de 621 mil mortes provocadas pela covid-19 desde o começo da crise sanitária, no primeiro semestre de 2020, e registra mais de 23 milhões de pessoas que se contaminaram com o novo coronavírus em algum momento da pandemia.

O levantamento colheu 2.023 entrevistas por telefone com pessoas de 16 anos ou mais que possuem celular. Foram consultados brasileiros de todos os estados e no período de 12 a 13 deste mês. A margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais. (E.M.)

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