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Exército de Caiado já alcança 200 prefeitos para a reeleição

O governador Ronaldo Caiado (DEM) caminha para uma reeleição confortável em 2022. Os principais atributos da sua gestão são o desempenho durante a pandemia, a organização das finanças públicas herdadas em frangalhos, o forte combate à corrupção em quase três anos de mandato – nenhum escândalo envolve diretamente o governador ou gestores próximos – e o recall de votos que teve nas urnas em 2018: o governador foi eleito no primeiro turno, com 60% dos votos.

Existe ainda um plus: Caiado é um político de estatura nacional, reconhecido e respeitado por suas posições claríssimas. Mas um outro atributo pode ser determinante: esmagadora rede de apoio dos prefeitos de Goiás. Jamais o Estado teve inclinação tão explícita de orientação para apoiar uma candidatura majoritária.

Articuladores políticos apontam que Caiado já tem pelo menos 200 dos 246 prefeitos ao seu lado para o enfrentamento do próximo ano, distribuídos pelas regiões mais importantes: Entorno do Distrito Federal, Sudoeste, Norte e região central. Prefeito Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), é um dos entusiastas do diálogo dos prefeitos com o governador. Naves admira Caiado desde quando ele atuou como parlamentar – tanto na Câmara Federal quanto no Senado.

Haroldo Naves diz que existe uma aproximação natural com Caiado e sempre enfatizou o apoio de Caiado aos municípios: “Caiado sempre contribuiu com as cidades através de emendas parlamentares.” Prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves integra também o time de gestores municipais do MDB que prega o apoio ao democrata. Dos 28 prefeitos do MDB, apenas um, que é pré-candidato, optou em não declarar apoio a um segundo mandato para Caiado.

Os demais aguardam uma decisão do presidente da sigla, o ex-deputado federal Daniel Vilela. É possível que após o restabelecimento de Iris Rezende, líder emedebista próximo a Caiado que se recupera de AVC, ocorra uma definição mais acertada para que a legenda apoie o governador.

Naves diz que os prefeitos e a entidade que representa nunca foram tão bem tratados pelo Palácio das Esmeraldas e acrescenta que Caiado não é demagogo – as promessas só ocorrem após o empenho dos recursos.

 

No passado, governos do PSDB pressionaram para adesão nos municípios

Em 2003, a partir do forte assédio da gestão tucana da época, o PFL, hoje Democratas, perdeu 32 prefeitos em Goiás. Da noite para o dia, o partido se desidratou completamente. Esse teria sido um dos motivos para o afastamento gradual entre o então deputado federal Ronaldo Caiado e o grupo político que antes frequentava. Após a experiência, Caiado disse que jamais exerceria qualquer pressão em prefeitos. E, uma vez no governo, atenderia todos da mesma forma. Na gestão anterior à de Caiado, vários prefeitos teriam sido castigados. O governo de Goiás postergou o repasse de verbas para o transporte escolar por 12 meses e a contrapartida da Saúde chegou a ser atrasada por 13 meses – fatos relatados em documentos e reportagens da imprensa. “Com o atual governador, os pagamentos são feitos rigorosamente em dia. Quando o governador lança uma obra no município, o dinheiro tá na conta. Então, o respeito, a credibilidade que tem Ronaldo Caiado faz com que os prefeitos procurem essas parcerias com o governo do Estado”, diz o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves.

 

Novo escudo municipalista se baseia no republicanismo

Dentre os apoios conquistados pelo governador Ronaldo Caiado, os de maior destaque continuam em Rio Verde, Anápolis, vários municípios do Entorno do Distrito Federal e o avanço cada vez mais presente na região metropolitana. Carlão da Fox, prefeito de Goianira e presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), é um dos articuladores do grande escudo municipalista que será estendido sob Caiado. Ele diz que o governador é republicano e entende os problemas das cidades, justamente por ter diálogo franco com os municípios.

A maioria dos prefeitos entendeu que o jogo com o governador precisa ser o mais claro possível, justamente para evitar parcerias desagradáveis como aconteceu no programa “Goiás na Frente”, que desperdiçou o dinheiro da venda da Celg (a maior empresa pública de Goiás) e não deixou marca nos municípios.

Carlão da Fox tem articulado com outros prefeitos, mostrando que a base no interior é importante para dar sustentação eleitoral para a reeleição de Caiado em 2022. “Os prefeitos estarão no meio do mandato, realizando obras e com prestígio popular. O apoio dos gestores municipais vai fazer a diferença no pleito do ano que vem”, assegura.

Carlão Andrade garante também que Ronaldo Caiado optou por valorizar os prefeitos na implementação de parcerias administrativas, compartilhando as decisões para a escolha das obras para cada um dos 246 municípios. “O prefeito reivindica, opina e decide em conjunto quais serão as obras do Estado na sua cidade.”

A pouco mais de um ano das eleições, o governador Ronaldo Caiado (DEM) já atraiu pelo menos 37 prefeitos em municípios onde o Democratas compôs chapas adversárias no pleito de 2020. Em algumas dessas cidades, o apoio de Caiado ao prefeito vitorioso veio antes mesmo do dia da votação. Em outros casos, a aproximação vem ocorrendo ao longo de 2021, inclusive com a filiação de alguns gestores ao partido do governador.

Em Goiás, o Democratas foi o partido que mais elegeu prefeitos em 2020. Foram 62 filiados ao partido do governador que saíram vitoriosos nas eleições municipais. Desde então, a legenda tem ganhado a adesão de prefeitos. Entre eles, ex-tucanos como Hermano de Carvalho, de Aruanã, e Carlos Alberto Andrade, o Carlão da Fox, de Goianira. O último inclusive contou com o apoio do governador para se eleger presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM).

Prefeitos que seguem filiados às suas siglas de origem e que enfrentaram o Democratas na eleição municipal em 2020 têm sinalizado apoio e aproximação a Caiado, com vistas a 2022. É o caso, principalmente, de gestores filiados ao MDB, Progressistas e Republicanos, que estão na mira do governador para se tornarem companheiros de chapa na eleição do ano que vem. Por esse motivo, inclusive, não há investidas para filiação desses prefeitos ao DEM. (Helton Lenine / [email protected])

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