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Família denuncia omissão de socorro em unidade de saúde psiquiátrica de Aparecida

Uma mãe teve de retornar para casa, no Bairro Independência Mansões, em Aparecida de Goiânia, frustrada por não receber atendimento médico adequado para a filha. O caso aconteceu na tarde de ontem, 11, após Flávia Alves Freire, de 32 anos, que sofre de problemas psiquiátricos comprovados e dependência química, ter cortado os próprios punhos e o pescoço e não ter sido internada em uma unidade de saúde de Aparecida. A família procurou o Diário de Aparecida e denunciou o instituto médico por não dar socorro à paciente.


Abalada, a mãe de Flávia, Valdemira Alves, contou que a Pax Instituto Psiquiatria, localizada no perímetro urbano da BR-153, recusou internação para a paciente depois que ela foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Flamboyant com pedido urgente de internação, em razão do transtorno de bipolaridade. Em resistência à obediência ao médico que assinou o encaminhamento, a mãe disse ao DA que a unidade de saúde especialista em tratar pacientes com transtornos psiquiátricos alegou inicialmente que a genitora teria supostamente abandonado o tratamento da filha.


“Minha filha cortou os pulsos e o pescoço hoje [ontem] de manhã na casa dela. Quando cheguei lá para visitá-la, me deparei com a cena. Acionei a PM e o Samu e eles a levaram para a UPA Flamboyant. Chegando lá, ela foi atendida e o médico fez um encaminhamento para a Pax. Quando chegaram aqui [Pax], eles fizeram o primeiro atendimento e colocaram como abandono familiar.” Após ouvir essa alegação, Valdemira ressaltou que iria chamar a imprensa, e, de acordo com ela, a equipe da unidade de saúde se reuniu, mudou o argumento e disse que a paciente teria problemas com dependência química e que o instituto não trata essa doença.


Conforme Valdemira, quando chegaram na Pax, ela portava o documento de encaminhamento da UPA Flamboyant solicitando internação urgente, em razão dos problemas de bipolaridade e transtorno mental de Flávia, porém não internaram a paciente. “Eu tenho todos os laudos comprovando as doenças da minha filha e mesmo assim eles insistiram no argumento de abandono familiar. Eu nunca abandonei nenhum filho meu”, contou ela aos prantos.


A irmã de Flávia, Raira Alves, contou ao DA que depois disso elas foram expulsas da unidade de saúde, mas que ficaram por cerca de 3 horas e 30 minutos na porta da UPA, na esperança de que a paciente recebesse atendimento médico adequado. Com fome e cansadas, elas retornaram para casa de ônibus sem que a paciente fosse internada para se tratar. Indignada, Raira disse que a família registrou um Boletim de Ocorrência contra a Pax por omissão de socorro.

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