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“Evento” de Mendanha em Quirinópolis foi esvaziado: só um prefeito compareceu

Eventos no interior do Estado estão servindo apenas para mostrar que o projeto de se candidatar ao governo do Estado é frágil e não tem o apoio de lideranças de expressão mínima

Anunciado pomposamente pelo prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, em suas redes sociais, como “grande encontro da oposição”, o evento promovido pelo deputado Paulo Cezar Martins em Quirinópolis, no último fim de semana, foi esvaziado e só contou com a presença de um único prefeito – no caso, a prefeita Edjaine Alves, de Maurilândia, que é do PL e integra a base da deputada federal Magda Mofatto.

Outra reunião em torno de Mendanha, no fim de semana, foi promovida em Goiânia pelo deputado Cláudio Meirelles. Supostamente, com “com lideranças políticas de 26 municípios que fazem parte da minha base eleitoral”, escreveu no Instagram o parlamentar. Nas fotos que postou, é fácil constatar que não havia nenhum prefeito entre os poucos presentes.

Esses eventos deveriam mais preocupar do que animar o prefeito de Aparecida em seu esforço para se transformar em liderança estadual. Comprovam, com imagens, inclusive, que ele praticamente não tem apoio nenhum para se candidatar a governador. Edjaine Alves, prefeita de Maurilândia, é a única até agora a aparecer ao lado de Mendanha, mas, atenção para o detalhe, nunca deu declarações expressando de maneira clara e inequívoca que ele é o candidato que ela prefere.

Os deputados estaduais Paulo Cezar Martins e Cláudio Meirelles, além da deputada federal Magda Mofatto, parlamentares que estão com o prefeito, na verdade se aproveitam de Mendanha para manifestar insatisfação com o governo do Estado, não o seguindo por acreditar em uma possível liderança do prefeito aparecidense. Todos os três tiveram interesses pessoais contrariados e resolveram retaliar.

Nas redes sociais dos três deputados, Mendanha aparece de vez em quando. Quando há um ou outro evento, as fotos mostram apenas o palco, sem exibir a plateia, para evitar o constrangimento de documentar o esvaziamento das reuniões. Os textos que eles publicam são curtos, frios e sem entusiasmo, deixando claro que estão mais preocupados com as suas candidaturas no ano que vem e talvez apenas usando Mendanha para montar um “palanque”, ainda que frágil.

Um outro candidato a governador, no passado, enfrentou esse tipo de problema: Vanderlan Cardoso, que disputou o Palácio das Esmeraldas por duas eleições e nunca passou do 3º lugar, com votações pífias. Vanderlan não tinha aonde ir nos municípios e se via obrigado a sofrer o vexame de participar de encontros sem nenhuma representatividade e sem a companhia de lideranças de peso, tal e qual acontece agora com Mendanha. Em vez de ajudar na campanha, essas reuniões atrapalhavam, ao mostrar a debilidade do candidato.

Em Quirinópolis, só havia políticos, por assim dizer, do terceiro time. Um deles é um candidato local a prefeito, pelo PL, chamado Soró, que alcançou apenas 2 mil e poucos votos. O nome exótico é uma ocorrência comum do interior, que Mendanha vai descobrir agora. São os pequenos líderes, tipo Tião da Ambulância ou Zé da Bomba. Pelo ritmo que o prefeito está mostrando, será o máximo que conseguirá atrair para o seu projeto político.

Acrescente-se a isso um detalhe crucial: Mendanha não é um orador capaz de entusiasmar quem o ouve. Fala em tom monocórdio e não mostra convicção sobre os assuntos que aborda, geralmente a exaltação da sua gestão em Aparecida – aliás, mesmo erro de Vanderlan Cardoso, que queria ser governador apresentando os feitos da sua gestão como prefeito de Senador Canedo. Não funcionou.

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