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Fosun Pharma desmente Mabel e avisa que não tem vacinas para vender a Goiás

A Fosun Pharma, empresa farmacêutica chinesa cujo nome completo é Shanghai Fosun Pharmaceutical, desmentiu o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, que havia apresentado um “documento” da companhia disponibilizando 5 milhões de vacinas contra a Covid-19 – no caso, a CoronaVac – para venda direta ao governo do Estado.
Em e-mail encaminhado à administração estadual, que entrou em contato após receber a informação de Sandro Mabel e até pediu um orçamento, a Fosun Pharma informou que é produtora da vacina da Pfizer, e não da CoronaVac, e que não tem estoque para fornecer ao Estado, propondo-se inclusive a ajudar a localizar “boas oportunidades” e outro parceiro para ajudar a fornecer os imunizantes, a título de colaboração. A Embaixada da China foi acionada e acompanhou todos os contatos.
É mais uma trapalhada de Sandro Mabel, usando e desgastando o nome da Fieg, que ele arrasta para debates infrutíferos e leva a assumir posições que não coadunam com a realidade. Em 25 de março, ele procurou o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, e entregou-lhe papéis detalhando uma suposta proposta para a aquisição de 5 milhões de doses da vacina CoronaVac. A carga estaria disponível na China para embarque imediato, caso o governo de Goiás tivesse interesse, com possibilidade de chegar ao Estado em 30 dias.
Eufórico, Mabel disse na ocasião que “a área internacional da Fieg realizou pesquisa em todo o mundo, com foco nos grandes centros produtores de vacina, encontrando a disponibilidade de 5 milhões de doses pela empresa Fosun Pharma”. Trata-se de uma empresa chinesa, de capital misto, com faturamento de US$ 20 bilhões ao ano e representante de grandes indústrias farmacêuticas na Ásia. Segundo os papéis, a Fosun Pharma estaria oferecendo as vacinas CoronaVac, da farmacêutica Sinovac BioNTech, hoje inclusive fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, além de outras.
Mabel insistiu com o secretário Ismael Alexandrino para que o governo encaminhasse carta de intenção de compra à Diretoria Executiva da Fosun Pharma, o que foi feito, acionando também a diplomacia chinesa para evitar contratempos. Segundo ele, os trâmites de importação estariam concluídos em até 30 dias, incluindo aprovação de venda, liberação do governo chinês, preparação e traslado da carga e chegada do produto a Goiás.
“Neste momento em que o País ultrapassa 300 mil mortos em função dessa doença, sabemos que a vacinação em massa da população é o único caminho para frear esta terrível estatística. Por isso, insistimos na necessidade de adquirirmos vacinas. Só assim vamos retornar a uma saudável prosperidade”, acrescentou ainda o presidente da Fieg, repentinamente solidário com as vítimas da pandemia. O problema é que tudo não passava de conversa fiada.
Em resposta ao pedido de orçamento do governo de Goiás, a Fosun Pharma explicou em e-mail, em linguagem enxuta e objetiva, em inglês, que não fabrica a CoronaVac e sim representa a Pfizer na Ásia, mas que, de qualquer forma, não dispõe das vacinas para venda ao Estado. A fantasia criada por Mabel esvaiu-se em fumaça no ar.

A Fosun Pharma, procurada pelo governo de Goiás, respondeu que não fabrica a CoronaVac e não tem vacinas para comercialização

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