Aparecida

Em março, com a adoção do modelo de zoneamento por macrozonas, a pandemia se agravou no município

A pandemia se agravou na cidade em março. Conforme noticiado pelo Diário de Aparecida, a média diária de mortes chegou a 8,3 e não é por acaso. O município registrou 239 óbitos em decorrência da Covid-19 nesse período. Foi quase metade do total de 546 óbitos registrados no mês de março no município. Cenas de aglomerações na cidade foram cada vez mais comuns, ao passo que pontos comerciais aparecidenses e feiras livres funcionam livremente, conforme a implantação do modelo de zoneamento por macrozonas.
A primeira morte confirmada por coronavírus no município foi registrada no dia 12 de abril de 2020. Nesse dia, a Secretaria Municipal de Saúde comunicou que uma mulher de 45 anos teria contraído o novo vírus e havia morrido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Goiânia (HGG). Segundo o boletim epidemiológico do município, a mulher tinha doenças crônicas e o quadro clínico era grave. A notificação positiva de Covid-19, doença decorrente do vírus, foi registrada no dia 11 de abril de 2020.
Conforme a secretaria, a mulher não teve histórico de viagem nem contato com nenhum caso confirmado de Covid-19. Por isso, a cidade passou a ser considerada um local de transmissão comunitária do vírus.
Apesar dos números, a Prefeitura de Aparecida disse que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade. Com cenas chocantes mostradas em edições passadas do DA nos cemitérios locais, exibindo sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia.
Um dos fatos polêmicos com relação às falhas do isolamento social em Aparecida é que os motéis foram considerados atividades essenciais pela prefeitura e continuam funcionando normalmente. E ainda as feiras livres, como a do Setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, uma situação de risco, já que o índice de ocupação de UTIs na cidade ainda é alto.
“A ideia de zoneamento é um pouco ingênua, mas atende aos comerciantes. Não leva em consideração que o vírus circula e as pessoas andam, pegam ônibus e visitam outros lugares”, disse, em entrevista ao Diário da Manhã, o biólogo Matheus Santos, especialista em Genética pela Universidade Federal de Goiás. (E.M.)

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