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Veja a verdade sobre o spray nasal anti-Covid prometido por Mendanha

Da Redação

Há poucos dias, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (MDB) anunciou que entrou em contato com a embaixada de Israel no Brasil para trazer para Aparecida um spray nasal desenvolvido naquele supostamente atenuaria os efeitos negativos da doença sobre os pulmões dos infectados. 

Mendanha disse que tinha procurado os israelenses para que eles viessem para Aparecida e usassem a estrutura do Hospital Municipal durante a fase de testes do medicamento – o que foi apresentado por ele como uma grande conquista, caso viabilizado.

Mas agora apareceu toda a verdade sobre o spray nasal de Israel. Há, atualmente, 35 pesquisas em humanos avaliando 22 possibilidades de drogas contra Covid-19 aplicadas por inalação feita em hospital. O estudo de Israel com o spray nasal EXO-CD24, citado até pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem gosto por medicamentos sem eficácia demonstrada, é um deles, porém em fase primária de pesquisas clínicas.

A chamada fase 1 do EXO-CD24 começou no final de setembro do ano passado e, oficialmente, seria concluída apenas em 25 de março próximo. As informações são da base internacional Clinical Trials, que reúne dados sobre experimentos de medicamentos, diagnósticos e vacinas com pessoas no mundo todo.

Em tese, as 3 fases necessárias para a comprovação da eficácia de um medicamento podem durar até 10 anos. Mais: no mundo todo, de cada 10 mil fármacos testados, apenas um consegue chegar ao final, ou seja, chega a ter a sua eficácia comprovada e chega a ser comercializado ou colocado no mercado. Outra: cada fase pode se desdobrar em muitas outras, conforme o andamento da pesquisa. 

A droga está sendo testada para Covid-19 com 30 voluntários, apenas, até agora. Por enquanto, não há resultados publicados em forma de artigo científico nem da fase 1, que ainda não está oficialmente concluída. É muita água que vai correr por debaixo da ponte, ainda. 

Ou seja, o spray nasal israelense é algo muito distante da realidade, uma utopia, enfim. Mas que não impediu o prefeito de Aparecida de “apostar” na possibilidade de trazer ou o remédio ou os seus testes para o Hospital Municipal, o que, evidentemente representaria um marketing a mais para uma gestão que tem um gosto natural por publicidade e propaganda. 

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