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Hospital Alberto Rassi – HGG inicia cirurgias para população de intersexo

Unidade do Governo de Goiás oferece serviço multidisciplinar a pessoas com desvio de desenvolvimento dos órgãos sexuais.

Desvios de desenvolvimento dos órgãos sexuais, ou intersexo, são condições em que há discordâncias entre algum dos fatores determinantes do sexo. Estas pessoas podem precisar, no decorrer da vida, de tratamentos hormonais ou cirúrgicos para adequar estes fatores determinantes.

O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG iniciará no próximo sábado, 6 de fevereiro, as cirurgias para as pessoas de intersexo. Desvios de desenvolvimento dos órgãos sexuais, ou intersexo, são condições em que há discordâncias entre algum dos fatores determinantes do sexo. Estas pessoas podem precisar, no decorrer da vida, de tratamentos hormonais ou cirúrgicos para adequar estes fatores determinantes.

Unidade do Governo de Goiás, o HGG presta um serviço multidisciplinar para as pessoas de intersexo inédito no Estado. Na quarta-feira, 10 de fevereiro, será realizado o segundo procedimento. Ambas as cirurgias envolvem a correção de genitália ambígua.

Os procedimentos serão realizados por uma equipe formada pelas médicas do HGG Margareth Giglio, coordenadora do serviço na unidade, e Eliane Ribeiro, e pelos médicos Marcelo Soares e João Lino Franco, que atuarão nessas cirurgias de forma voluntária.

O ambulatório funciona às sextas-feiras, com atendimento de pacientes encaminhados da rede básica de todo o Estado. Para ser direcionado à unidade, o paciente ou os seus responsáveis deverão procurar a rede básica e pedirem para serem encaminhados ao Ambulatório de Intersexualidade do HGG, utilizando o CID Q56 – Sexo indeterminado e pseudo-hermafroditismo.

Genitária ambígua

De acordo Margareth Giglio, muitas vezes, a genitália externa é ambígua, não podendo ser distinguida se é feminina ou masculina. “Estas condições ocorrem ainda durante o desenvolvimento embrionário e/ou fetal. Não é uma condição extremamente rara, ocorrendo em cerca de 2% dos recém-nascidos, segundo a OMS”, afirma.

A médica explica ainda que, em alguns casos, as alterações já são percebidas ao nascimento. Contudo, há situações que só se apresentam durante a puberdade, como acontece nos casos de hiperplasia congênita de suprarrenal forma tardia, que leva à masculinização de meninas.

Margareth ressalta que o atendimento a essa população requer uma equipe multiprofissional composta por endocrinologista, ginecologista, cirurgiões, psicólogos, entre outros.

“Em Goiânia não havia nenhum serviço específico para o atendimento destes pacientes e, desde que eles começaram a surgir no HGG, muitas vezes encaminhados aos ambulatórios de especialidades, foi criado o Ambulatório de Intersexualidade, a partir da estruturação da equipe multidisciplinar para o atendimento da transexualidade. A equipe multidisciplinar é comum aos atendimentos dos pacientes de intersexo e trans”, comenta a médica.

Quinze pacientes

Atualmente, o serviço atende cerca de 15 pacientes, dos quais quatro esperam pela cirurgia. “Eles estão aguardando cirurgias para correção de genitália ambígua, que nem sempre é possível total correção apenas em um procedimento cirúrgico. Muitos necessitam de vários procedimentos, até se obter uma genitália externa funcional”, explica.

Margareth enfatiza que dois desses casos já iniciaram os procedimentos cirúrgicos no HGG – em um deles, foi realizada gonadectomia (remoção do ovário ou dos testículos) e, em outro, clitoroplastia (remodelamento a região clitoriana).

“É importante ressaltar que nem todos os pacientes de intersexo necessitam realizar procedimentos cirúrgicos e procuraram o serviço por apresentar algum outro sintoma associado à condição, não necessariamente problemas na genitália”, ressaltou Margareth.

Fonte: SES-GO

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