Aparecida

Indeferimento de chapa anti-Daniel no MDB é derrota para Mendanha

A convenção do MDB, marcada para a próxima sexta-feira, 18, terá o papel de homologação da chapa apresentada pelo atual presidente do diretório estadual, Daniel Vilela. Ocorre que a Comissão Executiva Estadual do MDB, em reunião realizada no fim da tarde deste domingo, 17, indeferiu o registro da chapa liderada pelo deputado estadual Paulo Cezar Martins, montada para enfrentar a recondução de Daniel Vilela à presidência da legenda por mais dois anos.

Não há mais prazo para um novo registro ou qualquer ajuste na chapa de Paulo Cezar Martins. A postulação do deputado foi recusada baseada no desrespeito ao artigo 82 do estatuto do MDB, que prevê o mínimo de 5% de votantes inscritos na convenção (convencionais) assinando o requerimento de formalização da chapa. Já a chapa liderada pelo atual presidente do MDB goiano, Daniel Vilela, esteve de acordo com todos os dispositivos e está apta a concorrer.

Será uma eleição de chapa única, portanto. O indeferimento do registro representa uma derrota não só para Paulo Cezar Martins, que, de resto, não tinha nenhuma possibilidade de sucesso frente a Daniel Vilela, como também para o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que estimulou o deputado e inclusive deu o mote adotado para batizar a chapa, ou seja, “Candidatura Própria do MDB”.

Essa é a tese central da movimentação de Mendanha nas últimas semanas, em viagens aos municípios, debaixo de fortes críticas por se ausentar do expediente administrativo em Aparecida para procurar lideranças políticas para antecipar as articulações sobre as eleições de 2022 – indo em sentido contrário à orientação de Daniel Vilela como presidente estadual do MDB.

A posição do filho e herdeiro político de Maguito Vilela é não só diferente, como também totalmente antagônica: depois de seis derrotas consecutivas para o governo do Estado, chegou a hora de uma solução capaz de revigorar o MDB, através de uma composição com o DEM e do apoio à reeleição de Ronaldo Caiado, em troca de um lugar na chapa encabeçada pelo democrata, que conta com amplas expectativas de vitória no ano que vem.

Mais: Daniel Vilela defende o entendimento de que assuntos relacionados ao posicionamento dos partidos em 2022 devem ficar… para 2022, no que tem convergência com Caiado – o governador defende que o momento ainda é de foco no enfrentamento à Covid-19 em Goiás e que a política deve ser tratada somente a partir de janeiro vindouro, já em um quadro de alívio quanto ao impacto da pandemia na vida dos goianos.

Mendanha, ao forçar a barra para criar uma dissidência dentro do MDB, age motivado por interesses mesquinhos de vingança contra o governador Ronaldo Caiado, de quem guarda ressentimento pelo apoio que deu a uma candidata adversária na disputa pela prefeitura em 2020 (Caiado ajudou Márcia Caldas, do Avante). O prefeito aparecidense sonha não só com o seu próprio nome na corrida pelo Palácio das Esmeraldas, mas também com a formação de uma frente de oposição para enfrentar a reeleição de Caiado, hoje aparentemente inviável.

Mendanha, que alega da boca para fora ser “irmão” e “leal” a Daniel Vilela, tomou um caminho diferente do adotado pelo presidente do MDB: Daniel admite uma composição com o atual governador, recebendo em troca um lugar na chapa da reeleição e a chance de revigorar o MDB, depois de mais de 20 anos afastado do poder, período em que o partido perdeu seis eleições sucessivas – três com Iris Rezende, duas com Maguito Vilela e uma com o próprio Daniel. Mendanha faz birra e quer o partido engajado na oposição a Caiado. Mesmo cometendo suicídio.

Fiasco de Paulo Cezar Martins esvazia o prefeito de Aparecida

O fracasso da tentativa de se criar uma oposição interna ao presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, que será reeleito para mais dois anos de mandato no comando do diretório regional do partido na próxima sexta-feira, 18, afeta diretamente o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, e fulmina suas pretensões de estadualização do seu nome, isto é, de se tornar conhecido além dos limites do município. Mendanha foi precipitado ao defender a antecipação do projeto eleitoral do MDB e tentar impor o lançamento de uma candidatura própria.

Paulo Cezar Martins montou uma chapa para disputar a presidência estadual da legenda com Daniel Vilela baseada no movimento deflagrado por Mendanha, que defende a apresentação de um candidato da sigla na eleição para governador de 2022, ao contrário do que pensam o próprio Daniel Vilela e a maior liderança emedebista, Iris Rezende. Ambos são favoráveis à abertura de diálogo com o governador Ronaldo Caiado para estabelecer as bases para uma composição entre o MDB e o DEM no ano que vem.

Mas a chapa de Paulo Cezar Martins foi indeferida por não atender às exigências básicas do estatuto partidário, fragilizando ainda mais a tentativa de instalação de uma dissidência interna contra a liderança de Daniel Vilela e a orientação de Iris Rezende. O deputado, tido como excêntrico e folclórico, ficou falando sozinho, além de demonstrar incapacidade para exercer qualquer liderança e carecer de atributos políticos para apoiar a estadualização do nome de Gustavo Mendanha.

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