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Iris avisa ao MDB que vai apoiar a reeleição de Caiado

Com 87 anos de idade, 62 deles dedicados à vida pública, dois mandatos de governador, um de senador e quatro de prefeito de Goiânia, Iris Rezende aposentou-se da carreira política, mas abrirá uma exceção: em 2022, vai às ruas para pedir votos à reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM). “Quando o governante vai bem, zela bem do dinheiro público e faz obras, por que não reelegê-lo se a legislação permite? Caiado vai muito bem na administração, é honesto, realiza obras. Vamos estar com ele.”
Fora da atividade política, Iris Rezende vai sair às ruas para pedir votos para Caiado nas eleições do ano que vem. Ele deixou a prefeitura, em 31 de dezembro de 2020, com altos índices de popularidade, o que indicava uma reeleição garantida, caso tivesse sido candidato ao Paço Municipal.
A relação política de proximidade entre Iris Rezende e Ronaldo Caiado começou em 2014, quando ambos estiveram juntos na mesma chapa majoritária: o emedebista como candidato a governador e o democrata a senador. Iris perdeu e Caiado ganhou as eleições, mas permaneceu uma relação sólida de amizade.
Ambos construíram carreiras políticas vitoriosas em Goiás e projetaram seus nomes nacionalmente. Caiado foi presidente da União Democrática Ruralista (UDR) na época da Assembleia Nacional Constituinte e se candidatou à Presidência da República.
Já Iris Rezende só não foi deputado federal e presidente da República. Começou como vereador, deputado estadual, prefeito de Goiânia quatro vezes, governador de Goiás por dois mandatos, senador da República, ministro da Agricultura (Governo José Sarney) e da Justiça (Governo Fernando Henrique Cardoso). Disputou a convenção nacional do PMDB para a Presidência da República, ficando atrás de Ulysses Guimarães e Waldir Pires.
Em 2016, o então senador Ronaldo Caiado foi um dos poucos políticos a insistir que Iris deveria disputar as eleições para a Prefeitura de Goiânia. Iris resistia, até que, às vésperas da convenção partidária, o emedebista cedeu aos apelos e enfrentou as urnas, sendo o vencedor. Caiado só decidiu apoiar o senador Vanderlan Cardoso (PSD) à Prefeitura de Goiânia após Iris Rezende anunciar oficialmente que não iria concorrer à reeleição em 2020 e que estaria aposentado da vida pública.

Apelos podem levá-lo à “desaposentadoria”

Aposentado da política desde que deixou a Prefeitura de Goiânia, no dia 1º de janeiro deste ano, Iris Rezende (MDB) passou a ser o ponto de convergência de lideranças, parlamentares e dirigentes partidários, todos de olho nas eleições de 2022. Semanalmente, Iris abre o seu escritório no Setor Marista, em Goiânia, para receber políticos e autoridades, como o governador Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), deputados estaduais, vereadores e gente do povo.
Na pauta dos encontros com Iris Rezende, alianças partidárias, rompimento do MDB com o Paço Municipal, ações administrativas do prefeito Rogério Cruz, como a suspensão do programa Asfalto Novo, iniciado na gestão do ex-prefeito, crise na Câmara Municipal de Goiânia, entre outros assuntos. No meio político, há quem acredite que Iris Rezende não está “100%” aposentado, porque seu nome é lembrado – principalmente pelo governador Ronaldo Caiado – para disputar vaga ao Senado, aos 87 anos. Iris nega, mas sorri quando alguém indaga se ele está disposto a retomar a vida política.
O ex-prefeito interrompe suas viagens à fazenda em Mato Grosso para atender aos chamados de políticos e cumpre agenda em seu escritório. Ele não se furta ao diálogo, à conversa, a emitir conselhos a políticos de diversos partidos. Aliados ou não. Em conversa recente com Daniel Vilela, ouviu as razões do MDB para rompimento com a gestão de Rogério Cruz, que resultou na entrega de 21 cargos ao prefeito. Daniel anunciou que o partido fará oposição, a partir de agora, ao Paço Municipal. O dirigente disse, também, que o MDB só vai tratar de eleições a partir de janeiro de 2022.
Quem conhece e acompanha a trajetória política de Iris Rezende sabe que o líder emedebista não guarda rancor de adversários, não olha no retrovisor e sempre tem uma “palavra amiga” para quem busca conselhos. Sobre se vai retornar à arena política como candidato a senador da República, Iris apenas sorri e responde enigmático: “Já dei a minha contribuição à vida pública de Goiás e do Brasil”, diz. Não será surpresa se a militância emedebista “acampar” em frente ao seu escritório político para conclamar Iris Rezende à “desaposentadoria” e para enfrentar as urnas como candidato ao Senado Federal. (H.L.)

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