Aparecida

Ocupação geral de leitos de UTI’s volta crescer em Aparecida e alcança 77%

À medida que a Prefeitura de Aparecida de Goiânia despreza as ações de combate ao novo coronavírus, a pandemia se expande. Segundo dados da última quarta-feira, 14, do Painel da Covid-19 do município, a ocupação geral (pública e privada) de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) voltados ao tratamento da Covid-19 estava em 77%. Já na rede pública era de 68% e na particular em 88%. A taxa geral de ocupação de enfermarias estava em 66,67%. O município se encontra em situação crítica no mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

De acordo com a SES-GO, a situação do Hospital São Silvestre é ainda pior. Por lá, a ocupação de leitos de UTI voltados ao tratamento atingiu 100%, enquanto no Hospital Garavelo, 95,45%. Já no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), a ocupação estava em 67,48% até a tarde de ontem, 15, quando teve a última atualização do balanço.

A taxa de ocupação de leitos é um dos principais indicadores, dentre oito, para análise da taxa de risco do município. Os outros são: taxa de letalidade; número de casos ativos; o número de novos casos ativos por dia; o percentual de resultados positivos entre os exames do tipo RT-PCR realizados; o tempo médio para obtenção dos resultados dos testes, e o percentual de profissionais de saúde afastados.

Além de não tomar medidas enérgicas de combate ao Coronavírus, a Prefeitura de Aparecida flexibilizou ainda mais o comércio. Desde segunda-feira, 12, foi suspenso, por tempo indeterminado, o escalonamento regional. De acordo com a Portaria Nº 094/2021-GAB/SMS publicada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) nesta quinta-feira, 15, o regime de escalonamento pode ser retomado se Aparecida registrar índices elevados de ocupação de leitos de UTI, variação na média móvel de casos e avanço na velocidade de transmissão.

Para especialistas em saúde, o aumento no número de internação é reflexo da flexibilização das medidas de distanciamento social. “Não é hora para aglomeração. A gente não tem vacina para todo mundo. Se a gente não tiver uma cobertura vacinal, a gente não pode liberar tudo. Precisamos ter restrição. Ainda é um momento de atenção”, afirmou o médico infectologista Marcelo Daher.

A médica infectologista do Hospital Órion e da Polícia Militar Juliana Barreto adverte que não é o momento de relaxar nas medidas de contenção do vírus no Estado. “Quanto mais as pessoas colaborarem, mesmo entendendo toda a dificuldade econômica que se tem no momento no nosso País, no nosso Estado, mais rapidamente tudo poderá ser aberto com todas as condições de segurança”.

Vacinação
A infectologista lembra que a vacina contra a Covid-19 é a arma ideal para combater a doença. “Vacinar em massa a população é a nossa esperança para redução e controle da doença, já que nós já sabemos que não há nenhuma medicação profilática, ou seja, preventiva, contra o coronavírus. A medicação preventiva é a vacina. E a vacina, junto com as medidas de segurança, lavagem correta das mãos, uso das máscaras a todo tempo e distanciamento social, é que vai levar à superação da pandemia”.

Embora haja uma previsão de aumento no ritmo de vacinação contra a Covid-19, as medidas de distanciamento, isolamento, uso de máscaras e higienização das mãos devem ser mantidas sem flexibilização. A orientação é da infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi. “O anúncio de que a vacinação está acelerando não nos permite relaxar nenhuma medida de bloqueio da transmissão”, afirma em entrevista à CNN.

De acordo com a SES-GO, municípios que estão em situação de calamidade deverão adotar procedimentos padronizados. No caso, deve-se reduzir a capacidade de atendimento em atividades de alto risco de contaminação, como bares e instituições religiosas – ambos passam a ter permissão para ocupar 30% da capacidade. Já as atividades de baixo risco, como salões de beleza, barbearias, shoppings e centros comerciais, ficam com o limite de 50% de utilização. Eventos, transporte coletivo e outros setores terão restrições específicas.

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