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Laura recebe alta do HMI, após 17 dias da cirurgia de separação da irmã

Após 17 dias da cirurgia de separação das gêmeas siamesas da Bahia, Laura – uma das meninas de 1 ano e 6 meses – recebeu alta médica do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), na sexta-feira, 12. A irmã dela, Laís, continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, em recuperação.

Antes de deixar unidade do Governo de Goiás na capital, Laura foi levada para uma visita à Laís, que chorou ao ver a irmã. A cena emocionou todos os profissionais que estavam no local.
 
Liliane Silva, mãe das gêmeas, vivenciou uma mistura de sentimentos, com o coração apertado e uma sensação de vitória pela metade. “É uma alegria indescritível por Laura ter se recuperado tão rápido e vê-la sair do hospital.  Não vejo a hora de sair daqui com a Laís, aí a felicidade será completa, mas ela vai no tempo dela. são duas guerreiras”, disse a mãe. 
 
Lina Soares, tia das meninas, que acompanhou as gêmeas desde o início, vai ficar com Laura na casa de apoio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e a mãe segue na UTI com Laís. “Queria que saíssem as duas juntas, mas vamos voltar para buscar Laís. Vamos esperar por esse momento”, salientou a tia.
 
De acordo com o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que liderou a equipe de 38 profissionais de diversas especialidades durante a cirurgia de separação, realizada no dia 26 de janeiro, a recuperação de Laura foi surpreendente. “Ela evoluiu muito bem, sem complicações”, disse o médico, que continuará acompanhando a criança. 

Zacharias Calil explicou que Laís permanece na UTI, por precisar de mais cuidados. “Laís sentiu mais a separação. Elas eram muito interligadas. Mas ela está consciente e vem melhorando a cada dia”, explicou o cirurgião.
 
Acompanhamento 
No dia 26 de janeiro, Laura e Laís passaram pela cirurgia de separação, que durou 17 horas. As crianças nasceram em 15 de agosto de 2019, no Hospital e Maternidade Luís Argolo, na cidade de Santo Antônio de Jesus, na Bahia. As irmãs eram unidas pelo abdômen e bacia e compartilhavam a genitália e os intestinos grosso e delgado.
 
Referência na separação de gêmeos, o HMI registra agora 19 cirurgias, de 41 atendimentos a siameses na unidade do Governo de Goiás.  O caso de Laura e Lais é a 20ª separação pelo cirurgião pediátrico, Zacharias Calil. A primeira ocorreu no ano 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevive à cirurgia. No HMI, esse índice chega a 50%.

Marilane Correntino (texto e fotos)/IGH

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