Aparecida

Líderes classistas reclamam da falta de apoio de Mendanha à economia

Eduardo Marques

Presidentes de associações de classe dizem que não foram ouvidos quanto ao novo decreto que restringiu o funcionamento do comércio e serviços e temem por um colapso dos negócios, além de indicar completa ausência de diálogo entre o Poder Público e o setor produtivo. Eles defendem também uma ação emergencial das prefeituras de Aparecida e de Goiânia para compensar o empresariado pelas perdas com a obrigação de fechar as portas por uma semana, que provavelmente vai ser prorrogada por mais uma.

ACILARG: “Onda de falências pode prejudicar Aparecida”

Valendo desde ontem, 1º de março, o novo decreto do prefeito Gustavo Mendanha que fechou todas as atividades econômicas por 7 dias, salvo serviços essenciais e algumas exceções, acabou gerando contrariedade no meio empresarial.  O lockdown parcial foi adotado por Mendanha em comum acordo com o prefeito de Goiânia Rogério Cruz e tem o objetivo de reduzir a transmissão e contágio da Covid-19 e evitar o colapso no sistema de saúde de ambos os municípios.

Entidades do setor produtivo aparecidense alertam para a necessidade de ações emergenciais compensatórias para a economia. Eles reclamam da falta de apoio por parte do prefeito Gustavo Mendanha no enfrentamento à crise financeira que a pandemia está levando a todos os negócios, embora se declarem favoráveis às medidas de combate ao vírus.

Em entrevista ao Diário de Aparecida, o presidente da Associação Comercial e Industrial da Região Leste de Aparecida de Goiânia – ACIRLAG, Maione Padeiro, avalia que o novo decreto gerou preocupação para o setor produtivo: “Temos muita preocupação, porque hoje o setor produtivo já está muito abalado, profundamente afetado há mais de 13 meses. Esse novo lockdown piora as coisas”, disse ele.

Maione Padeiro garante que os empresários estão “conscientes de que a doença existe e é mortal e que o Poder Público precisa atuar para diminuir a disseminação. A nossa preocupação é quem vai pagar a conta. Existem impostos municipais, estaduais e federais que precisam ser quitados. No caso de Aparecida, a prefeitura nunca discutiu esse assunto com os segmentos empresariais, nunca propôs qualquer tipo de incentivo para compensar as perdas para a economia.”

Ele acrescenta que não é só a Saúde que pode colapsar. “A economia também pode sofrer um colapso. Todos vão seguir o novo decreto, mas agora é a hora do Poder Público apresentar uma proposta de auxílio emergencial à indústria, comércio e setor de serviços em Aparecida”. Maione Padeiro faz até uma proposta: “Alguns tributos, no mínimo pelo período proporcional  correspondente ao fechamento, poderiam ser suspensos. Queremos um incentivo para dividir as contas de água, energia e outros encargos. Agora é hora de todo mundo se unir, não deixar que apenas os empresários paguem a conta.”

Mesmo com as portas fechadas, lembra, o empresariado é obrigado a pagar custos trabalhistas, aluguéis, folha e tudo o mais, inclusive arcar com mercadorias são perecíveis. “As contas não param de chegar”, enfatizou. O presidente da ACIRLAG fez, inclusive, um desabafo sobre o atual momento que os empresários vivem em razão da crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus. “Aparecida tem o comitê de combate à pandemia, que, no entanto, nunca discutiu a situação da economia, nunca cogitou a hipótese de criar algum incentivo, algum apoio emergencial. Fechar o comércio é fácil, mas na sequência cobrar os impostos integralmente é uma injustiça. Estamos vendendo o almoço para comprar a janta.”

Maione Padeiro lembrou que os empresários de Aparecida têm levado essa posição para o prefeito Gustavo Mendanha, aguardando alguma resposta, algum posicionamento, que não veio até hoje.  “Nós queremos uma correspondência por parte da prefeitura para não chegar à falência, é só o que buscamos para evitar uma onda de falências em Aparecida.”

Maione Padeiro, presidente da ACILARG: “A prefeitura tem que ouvir mais o setor produtivo”

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