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Mais um escândalo na ex-Agetop envolve desvio de RR$ 400 milhões

Da Redação

 

O Ministério Público de Goiás cumpriu nesta sexta, 30,  21 mandados de busca e apreensão contra empreiteiros e ex-servidores da antiga Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) por supostos desvios de R$ 400 milhões em dez obras públicas.

As irregularidades investigadas foram cometidas antes de 2019, isto é, nos governos do PSDB. Na época, a agência – que mudou o nome para Goinfra por decisão do governador Ronaldo Caiado, para representar o fim da corrupção no seu âmbito – era dirigida por Jayme Rincón, que responde a várias denúncias pelos ilícitos praticados quando era seu presidente. Chefiando o governo do Estado, estava o tucano Marconi Perillo.

A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), como é chamada agora, reafirmou que a investigação apura desvio de recursos públicos ocorridos na administração passada. “A atual gestão da agência está à disposição das autoridades e tem contribuído de todas as maneiras possíveis com o trabalho do Ministério Público de Goiás”, diz o comunicado.

Os mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Goiânia (19), Aparecida de Goiânia (1) e Senador Canedo (1). A Operação “Old School” apura crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro, praticados por servidores públicos e empresários do ramo da construção civil.

O MP-GO, por enquanto, não informou se serão cumpridos mandados de prisão contra suspeitos nem detalhes sobre as obras e valores que as empreiteiras receberam. Também não foi repassado informação se as obras foram concluídas ou não.

Há pouco mais de um mês, outra Operação, a Terra Fraca, varejou negócios escusos na ex-Agetop . Os crimes foram praticados entre os anos de 2013 e 2018, trazendo prejuízo estimado em R$ 46 milhões aos cofres públicos. As diligências foram realizadas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), em Goiânia e em Palmas, no Tocantins.

A investigação durou mais de um ano e foi iniciada após troca de informações com o Ministério Público de Goiás (MP-GO). Segundo a apuração, o esquema criminoso contava com o envolvimento de empresas privadas, ex-servidores e do núcleo político que gerenciava os contratos do órgão. Os desvios teriam sido realizados por meio do superfaturamento na obra da GO-230, que liga Água Fria a Mimoso de Goiás.

A rodovia não chegou a ser finalizada e teve os trabalhos retomados neste ano de 2021. “O contrato celebrado foi anulado pela atual direção da Goinfra, que já concluiu o prejuízo calculado na ordem de R$ 46 milhões. Hoje passou por um novo processo, uma nova empresa assumiu, se não me engano a empresa que ficou em terceiro lugar na licitação. Ela continua a obra”, informou. Durante as buscas, os policiais apreenderam a quantia de R$ 135 mil, em espécie, e mais 3.800 dólares.

 

Como funcionava o esquema

 

  • Empreiteiras faziam pagamentos indevidos a fiscais responsáveis pelas medições das obras. Esses pagamentos eram feitos por intermediários;
  • As vantagens indevidas não eram só em pagamento, mas também por meio de outras vantagens, como a contratação de motorista particular para o fiscal de obra, por exemplo;
  • O MP disse que existem elementos que sinalizam esquema de intermediação pelos fiscais de obras na indicação e subtração de prestadores de serviços para as construtoras, com recebimento de percentual do serviço;
  • Além disso, o Ministério Público apura a existência de sócios ocultos nas empresas investigadas.

 

 

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