Saúde

Manipulados otimizam administração de medicamentos para idosos e crianças

O uso rotineiro e concomitante de quatro ou mais medicamentos – com ou sem prescrição médica – caracteriza o que se chama de polifarmácia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse fenômeno é bastante comum na população idosa, que frequentemente convive com doenças crônicas e precisa utilizar múltiplos medicamentos para a manutenção diária da saúde.

Durante a pandemia, esse cenário ficou ainda mais preocupante, já que houve uma redução de 80% nas consultas médicas no Brasil, devido ao medo da contaminação pelo novo coronavírus. Com muitos remédios para tomar por dia e sem o acompanhamento adequado do médico, é natural que o idoso, seus familiares e cuidadores tenham dificuldade para administrar os horários e doses de cada fármaco. Para facilitar a vida dessas pessoas, a manipulação de medicamentos se apresenta como uma excelente opção. Segundo o farmacêutico e diretor executivo da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Marco Fiaschetti, “as farmácias de manipulação podem otimizar a administração dos medicamentos, associando mais de uma substância em uma mesma formulação e facilitando a adesão ao tratamento. Além disso, a dose também pode ser adequada a cada caso”.

Dessa forma, um idoso que toma cinco comprimidos por dia, por exemplo, pode passar a ingerir apenas uma ou duas cápsulas contendo todos os princípios ativos necessários para seu tratamento, nas doses recomendadas. “Isso é possível porque a manipulação personaliza o medicamento de acordo com cada paciente”, explica Fiaschetti.

Indo além, as farmácias magistrais conseguem contribuir para uma maior adesão aos tratamentos oferecendo formas farmacêuticas mais atraentes tanto para idosos quanto para crianças. Entre as mais utilizadas para os dois públicos estão as líquidas, em gel, comestíveis, gomas, sachês, shots e até mesmo um filme orodispersível – uma fita que se dissolve em segundos na boca. “Para escolher a melhor para cada caso, é preciso sempre levar em conta as particularidades dos fármacos”, alerta o farmacêutico.

Orientação médica e farmacêutica é indispensável

Para ter bons resultados na associação dos medicamentos e na escolha da melhor forma de apresentação do produto manipulado, é imprescindível contar com a orientação do médico e do farmacêutico. “É o médico que faz a solicitação na prescrição, e o farmacêutico pode sugerir ao prescritor a associação quando achar conveniente”, explica Fiaschetti.

Vale lembrar ainda que a associação de medicamentos sempre vai depender da avaliação farmacêutica. “Nela, levamos em conta se eles apresentam alguma incompatibilidade entre os princípios ativos, além de considerar a posologia, se vão ser administrados no mesmo intervalo de tempo ou não”, conta.

Na maioria das vezes, a associação não só é possível, como também contribui para um resultado ainda melhor. “Como reduz a ocorrência de erros na tomada dos medicamentos, a adoção dessa estratégia tende a tornar o tratamento mais efetivo”, conclui Fiaschetti.

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