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MDB de Daniel e Mendanha tira Valéria da equipe de Rogério Cruz

A crise do MDB com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), produz novo capítulo: a vereadora aparecidense Valéria Pettersen (MDB) desistiu de assumir a Secretaria de Relações Institucionais após demorada conversa (leia-se pressão) com o presidente do partido no Estado, Daniel Vilela, e com o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, ambos emedebistas.
Ligada ao prefeito Gustavo Mendanha desde quando ocupou a Secretaria de Educação e também a Daniel Vilela, por ter ocupado a Secretaria de Captação de Recursos no 2º mandato de Maguito Vilela em Aparecida, Valéria Pettersen aceitou os argumentos dos cardeais do MDB e não mais integrará a equipe de Rogério Cruz.
Sem chegar a ser empossada, a vereadora foi nomeada pelo prefeito Rogério Cruz no último dia 13, terça-feira, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais – pasta que faz o intercâmbio com a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em busca de aprovação de projetos e liberação de recursos para a Capital.
Com a decisão, Valéria retorna para a Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, da qual se licenciou no último dia 14, quarta-feira. Com isso, o suplente Arnaldo Leite (MDB) deve retornar para o seu cargo comissionado de secretário executivo em uma das pastas da Prefeitura de Aparecida.
A ida de Valéria Pettersen para a gestão do prefeito Rogério Cruz provocou desgastes na relação dela com o MDB, uma vez que ela assumiria uma secretariada deixada por um aliado de Daniel Vilela, o ex-deputado federal Euler de Morais.
Valéria foi indicada para o secretariado goianiense pelo deputado federal João Campos (Republicanos), com o endosso do pastor Romeu Ivo. Entretanto, apesar de aliados, a indicação da emedebista repercutiu negativamente junto ao núcleo duro de Vilela e Mendanha. Na tentativa de amenizar a crise e com o intuito de mostrar fidelidade ao prefeito aparecidense, Valéria resolveu recuar da decisão de assumir a pasta na Prefeitura de Goiânia.
A desistência da vereadora aconteceu após conversa de Daniel Vilela e Gustavo Mendanha, quando os líderes do MDB analisaram o cenário político do Estado, os desgastes do rompimento do partido com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e as consequências negativas da presença de Pettersen no Paço Municipal para os emedebistas.
O MDB rompeu com o Republicanos – sigla do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, quando 14 secretários municipais filiados à legenda entregaram os cargos no dia 5 de abril. Uma semana antes, outros sete já haviam se desligado do Paço Municipal.
A presença de Valéria Pettersen entre os secretários goianienses mostraria que o MDB não tem unidade e que a seção de Aparecida, comandada por Gustavo Mendanha, não se alinharia com as resoluções do diretório estadual e do seu presidente, Daniel Vilela. Isso explica o recuo.

Missão da parlamentar: levar o gestor do município para o Republicanos e para Caiado

Oficialmente, o trabalho de Valéria Pettersen como secretária de Articulação Institucional do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, seria encaminhar e aprovar projetos para a captação de recursos para investimentos na Capital junto a órgãos do governo federal, em Brasília – experiência que ela adquiriu quando ocupou a mesma função no 2º mandato de Maguito Vilela em Aparecida.
Mas ela mesma revelou que teria complementarmente uma missão política: convencer o prefeito Gustavo Mendanha a trocar o MDB pelo Republicanos, saindo assim da “sombra” de Daniel Vilela. Vencida essa etapa, a cúpula do Republicanos, principalmente Rogério Cruz e João Campos, tratariam de aproximar Mendanha do governador Ronaldo Caiado.
O Diário de Aparecida publicou, com exclusividade, a informação de que o Republicanos buscava atrair Gustavo Mendanha para os seus quadros, o que provocou inquietação e a reviravolta que levou à desistência de Valéria Pettersen de se transferir para o Paço Municipal.
Não se sabe se ela estava autorizada pelo prefeito de Aparecida a negociar a sua ida para o Republicanos. O fato é que ela foi ainda mais longe: declarou que também buscaria articulações para que Mendanha substituísse Daniel Vilela na chapa de Caiado, em uma eventual composição entre o MDB e o Republicanos com vistas à eleição de 2022.
Daniel reagiu rápido. Procurou Gustavo Mendanha e abortou a posse de Valéria Pettersen na Secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura de Goiânia.
Embora repitam que são amigos e leais um ao outro, Daniel Vilela e Gustavo Mendanha travam uma luta surda por espaço tanto dentro do emedebismo como em relação a eleições futuras. O grupo do prefeito de Aparecida não considera que ele é menor que o filho de Maguito e acha que, por governar a 2ª cidade mais populosa do Estado, Mendanha é no momento mais importante do que Daniel, que não tem mandato nem qualquer outro cargo, a não ser a presidência estadual do MDB.
É óbvio que Valéria Pettersen decidiu permanecer no exercício do seu mandato de vereadora pelo MDB de Aparecida para tentar apagar o incêndio que as duas declarações provocaram dentro do partido e as arestas que abriu no relacionamento entre Daniel e Mendanha. (H.L.)

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