Notícias

Mendanha chega aos 100 dias sem realizações e sem marcas

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB), completou neste fim de semana 100 dias de seu segundo mandato. Com um detalhe: sem realizações e sem marcas para diferenciar a atual gestão da passada ou mostrar qualquer avanço.


Mendanha vive dias difíceis. Enquanto a prefeitura mergulhou em uma crise financeira – segundo o secretário de Fazenda, André Rosa, a arrecadação caiu em função da redução das atividades econômicas provocada pela pandemia –, ele teve parte da família contaminada pela Covid-19. Ele próprio foi internado durante uma semana para tratar da doença, enquanto o pai, o ex-deputado Léo Mendanha, era transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi a óbito.


Em Goiânia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) completou 100 dias tendo cumprido, em prazo recorde, duas das promessas de campanha da chapa que ele integrou com Maguito Vilela: o IPTU Social e o Renda Família, programas sociais que já estão organizados e funcionando a todo vapor.

Programas sociais, por dependerem apenas de recursos e de leis, são de mais fácil implantação, ao contrário de obras e projetos de infraestrutura. Em Aparecida, Gustavo Mendanha também apresentou propostas nesse sentido durante a campanha do ano passado, como a criação de um Banco de Alimentos – no entanto, nenhuma delas saiu do papel.


Com o próprio salário, referente ao mês de março, o prefeito diz que comprou e distribuiu 400 cestas básicas. Mas esse é um gesto pessoal, não a realização de uma política prometida como a anunciada no período eleitoral – o Banco de Alimentos partiu da constatação de que, no município, existem centenas de famílias em situação de vulnerabilidade, muitas passando fome. Só que, de janeiro ao dia 10 de abril, nada foi feito pela prefeitura.

Mendanha colocou itens no seu plano de governo para o 2º mandato que demandam um volume de recursos que simplesmente não existem, como a construção de mais quatro eixos de escoamento de tráfego de veículos em Aparecida. Maguito Vilela, quando prefeito, abriu as avenidas Jataí, Norte-Sul 3 e Norte-Sul 5, que facilitaram o deslocamento das pessoas entre Aparecida e Goiânia, teoricamente fomentando a vinda de novas empresas para a cidade. Faltam agora os eixos Leste-Oeste, apregoados na campanha de Mendanha, mas sem nada de concreto por enquanto.


Ocorre que, segundo o secretário André Rosa, no ano passado a perda da arrecadação com o impacto econômico da Covid-19 beirou R$ 60 milhões. Este ano, o prejuízo caminha para ser maior.


Além disso, promessas que foram colocadas no plano de governo do 1º mandato, como a construção de uma maternidade e de um hospital para tratamento de doenças oncológicas, foram repetidas na campanha passada e tal-qualmente esquecidas, pelo menos até agora. Isso aconteceu também com o compromisso de abrir uma linha de crédito à disposição de microempreendedores MEI, que Mendanha, nestes 100 primeiros dias, não tocou adiante. A promessa de atrair empresas de grande porte para gerar renda e empregos para Aparecida ainda não caminhou. Em entrevista há poucos dias ao Diário de Aparecida, o deputado federal Glaustin da Fokus, que é empresário, afirmou que prefeitos como José Macedo, Ademir Menezes e Maguito Vilela trouxeram muito mais indústrias para Aparecida do que Mendanha.


Nem mesmo o compromisso de atuar junto ao governo federal para a implantação do desvio da BR-153, liberando o centro de Aparecida do tráfego pesado, Mendanha deu atenção. No dia da reunião no Ministério da Infraestrutura, em Brasília, para tratar do assunto, compareceram o governador Ronaldo Caiado, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e toda a bancada de senadores e deputados federais. O prefeito de Aparecida foi o único que faltou.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo