Aparecida

Mendanha se nega a ouvir reivindicações e humilha a Guarda Civil Municipal

A Associação Municipal de Proteção aos Inspetores e Guardas Civis (Ampiguc), em conversa com o Diário de Aparecida, expressou a indiferença sofrida por parte da gestão da Prefeitura de Aparecida. Segundo o inspetor Wanderley Amâncio, todas as tentativas de abrir um canal de diálogo com a prefeitura para que as reivindicações sejam ouvidas foram frustradas.

O inspetor afirmou que a categoria tem sérias reivindicações e que necessita da oportunidade para repassá-las ao prefeito. Equiparações e ajustes salariais precisam ser feitos, a exemplo do plano de carreira, horas extras, retroativos, aposentadorias, bônus adicionados à folha de pagamento de alguns agentes e um plano de saúde que a associação julga desproporcional ao salário que a classe recebe.

 

Plano de saúde

Segundo o contrato de renovação do convênio com o Instituto de Assistência ao Servidor Público de Goiás (Ipasgo) assinado por Mendanha em dezembro de 2018, o desconto em folha dos servidores do município é de 12,81% no caso do Ipasgo básico. Já no caso de Ipasgo especial, é de 18,48%, incidentes sobre o total mensal da remuneração ou proventos, conforme o caso. O guarda paga 12,81% em cima de dois salários mínimos. Dos cerca de 500 agentes da guarda contratados pela prefeitura, pouquíssimos podem pagar tais porcentagens.

 

“Enquanto poucos ganham dinheiro, muitos passam dificuldade financeira e não conseguem sequer pagar um plano de saúde para a família. O plano de saúde do Ipasgo custa mais de R$ 400 a R$ 500 para o guarda civil municipal, descontado aos que recebem cerca de dois salários mínimos. Muitos que fizeram, cancelaram. O plano de saúde da GCM da Capital, o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) é a metade do valor de Aparecida”, comparou o presidente.

 

Aposentadoria

Conforme as informações da Ampiguc, a aposentadoria de um GCM é de dois salários mínimos. Isso se o guarda tiver idade e 30 anos de contribuição. Explica que raramente alguém consegue receber dois salários, e que muitos se aposentam com menos de dois salários. Se aposentarem-se antes da idade, ou por doença, por exemplo, segundo a associação, é certeza de que receberão bem menos de dois salários.

 

“Saudades da época em que Maguito nos recebia com toda humildade!”

Em tom de desabafo, o inspetor Amâncio afirmou não ser oposição à atual gestão municipal. Mas disse não ser obrigado a ficar calado perante as injustiças trabalhistas que a GCM está sofrendo.

“Quero agradecer ao prefeito Gustavo Mendanha por não me receber e por não dialogar com as lideranças de classe. Graça e paz para você, viu, Gustavo. Só um conselho: as pessoas que você humilhar quando estiver subindo são as mesmas que você vai encontrar quando estiver descendo. O Maguito, que foi governador, recebia-nos com toda humildade. Saudades daquela época, viu!”, finalizou.

 

Resposta da prefeitura

Uma solicitação de resposta sobre as reivindicações da Guarda Civil aparecidense foi enviada à Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) do município via mensagem de aplicativo. Mais uma vez, como sempre vem acontecendo, o pedido foi visualizado, mas não foi respondido até a conclusão desta matéria.

O Diário de Aparecida reafirma o compromisso com a população em ir atrás de respostas e ratifica à Secom que o canal permanece aberto para o posicionamento da Prefeitura de Aparecida. (Por Ana Paula Arantes / 
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