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Mendanha se recolhe após Daniel apontar articulações para 2022 como “precipitadas”

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que viajava a municípios e procurava veículos de imprensa para defender o lançamento de uma candidatura própria a governador, pelo MDB, em 2022, acabou se recolhendo após levar um “pito” público do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, que afirmou considerar “precipitadas” essas articulações.

Não é de hoje que o filho e herdeiro político de Maguito Vilela tem se posicionado a favor de deixar para o ano que vem as conversas e negociações sobre candidaturas ao governo do Estado. É o mesmo ponto de vista que o governador Ronaldo Caiado tem externado, entendendo que seu foco, agora, ainda deve recair sobre o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

Gustavo Mendanha discorda. Embora repita diariamente que é “leal” e se considera “irmão” de Daniel Vilela, na prática não se comporta assim e atua ostensivamente contra o presidente estadual do MDB e, de quebra, até contra Iris Rezende, maior nome do partido. Há poucos dias, mandou o seu assessor político Carlos Júnior, que também é presidente do diretório metropolitano da legenda, espalhar críticas à atuação de Iris, reclamando tardiamente do apoio que o velho cacique negou à candidatura de Maguito Vilela a prefeito de Goiânia.

Na verdade, o prefeito de Aparecida é motivado por ressentimentos pessoais que guarda contra o governador Ronaldo Caiado, que, na eleição do ano passado, deu apoio a uma candidata adversária em Aparecida, no caso, Márcia Caldas, do Avante, que fez campanha denunciando excessos dos seguidores de Mendanha.

A vingança, ou melhor, a tentativa de vingança é atrapalhar o acordo que se desenha entre o MDB e o DEM, com a indicação de Daniel Vilela para a chapa da reeleição do atual governador, como candidato a senador ou a vice. Essa aproximação, se vier a se concretizar, isola totalmente o prefeito de Aparecida e provavelmente o levará a abrir uma dissidência interna e até mesmo a sair do partido, se tiver coragem para tanto.

Não à toa, a chapa liderada pelo deputado estadual Paulo Cezar Martins, que faz oposição à continuidade de Daniel Vilela no comando estadual do MDB, assumiu a bandeira de Mendanha da candidatura própria. Mais ainda: oficialmente, anunciou que apoia o prefeito como candidato do partido a governador em 2022.

Em tudo isso, salta uma conclusão: a inexperiência política de Mendanha e a sua imaturidade (tem 37 anos) acabaram sendo evidenciadas e prejudicam a imagem de liderança em crescimento que se esforçou para vender, mas não conseguiu.

 

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