Aparecida

Mendanha trai Daniel e desonra memória do “padrinho” Maguito

Está configurado: o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, se considera traído pelo prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, conforme as declarações que finalmente deu sobre a falta de lealdade e de fidelidade do seu ex-aliado e companheiro.

Vejam como Daniel Vilela, textualmente, falou sobre o assunto: “[Mendanha] É alguém que teve todas as oportunidades dentro do partido, foi duas vezes vereador com todo o nosso apoio, foi escolhido sucessor de uma gestão altamente bem avaliada, transformadora, realizadora em Aparecida. Acho que tudo isso precisa ser pesado na balança. A gente não pode tomar decisões partindo do nosso desejo pessoal ou ignorar toda uma relação, de lealdade, fidelidade, todos os projetos pensados e construídos de forma conjunta.”

Não há mais nada a dizer. Mendanha traiu Daniel Vilela ao conspirar contra o seu futuro, que está desenhado a partir da indicação para ocupar a vice na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado e, em caso de vitória em 2022, assumir o governo em 2026, quando Caiado se desincompatibilizará para disputar o Senado, candidatar-se à reeleição e daí em diante manter-se no palco principal da política em Goiás.

Mexeu com Daniel, em especial, o fato de Mendanha tê-lo acusado de promover uma “narrativa falsa”, propondo-se a realizar uma consulta interna dentro do MDB sobre a candidatura própria a governador, que, segundo o prefeito aparecidense, não seria verdadeiramente uma consulta e, sim, uma fraude.

O presidente estadual do partido devolveu a acusação: “narrativa falsa” é a de Mendanha. “Se o partido decidir pela aliança e ele [Mendanha] não aceitar a decisão, não tiver o espírito democrático e seguir seu desejo pessoal, é um direito dele, mas que faça isso com honestidade política e não inventando uma desculpa de narrativa falsa de decisão unilateral”, fulminou Daniel Vilela.

O quadro dentro do MDB está definido: a maioria do partido vai apoiar a aliança com o DEM e referendar Daniel como vice de Caiado, enquanto Mendanha ficará contra, inventando desculpas para o que de fato pretende: sair da sombra de quem chamava de “irmão” e se livrar do peso do compromisso de lealdade e fidelidade em relação à família Vilela e, principalmente, à memória de Maguito – que ele acabou desonrando.

 

Candidatura própria é apenas desculpa para facada nas costas

A cada dia que passa, fica mais clara a natureza do jogo sujo do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que defende a candidatura própria do MDB a governador, em 2022, apenas como pretexto para romper com o presidente estadual do partido, Daniel Vilela, e sair da sua sombra.

Esse é o verdadeiro objetivo de Mendanha. Não é de hoje que se sabe que o seu círculo de assessores e aliados, todos empregados na prefeitura aparecidense com altos salários, pressiona para que ele ganhe desenvoltura e possa aspirar voos mais altos na política estadual – para o que a lealdade a Daniel e à família Vilela representaria um obstáculo.

Se Daniel for indicado para a vice do governador Ronaldo Caiado e se for reeleito, o caminho que se abre para o filho e herdeiro político de Maguito Vilela é de estrelas: ele passará a ter grandes chances de chegar ao governo do Estado em 2026 e daí em diante garantir um lugar de destaque na História de Goiás.

Na visão de Mendanha e de seu grupo de articuladores pagos pelos cofres municipais de Aparecida, a ascensão de Daniel Vilela se transformaria em um obstáculo intransponível para o prefeito: os dois têm a mesma idade (37, Daniel, e 38, Mendanha) e pelos próximos dez a 20 anos, Daniel estaria justamente onde Mendanha sonha estar – e esse, portanto, fora do jogo principal.

Resultado: Mendanha desembainhou o punhal e está tentando cravá-lo nas costas de Daniel. Se vai conseguir, ou não, as próximas semanas e meses – e especialmente a eleição de 2022 – é que vão mostrar.

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