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Monitoramento registra o aumento da seca em todos os estados da região centro-oeste

Na comparação entre agosto e setembro, fenômeno se intensificou em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Distrito Federal a seca voltou a ser registrada, o que não acontecia desde janeiro deste ano

A última atualização do Monitor de Secas aponta que no CentroOeste houve, em setembro, o agravamento da seca em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em função do avanço da seca extrema no sul de Mato Grosso, no sul e no sudeste de Goiás e em Mato Grosso do Sul. No caso do Distrito Federal, o fenômeno voltou a ser registrado, o que não acontecia desde janeiro, em 100% de seu território com a severidade fraca.

Em Goiás, entre agosto e setembro, a área com seca extrema aumentou no estado, passando de 19% para 29% do território. Esta é a maior área com seca extrema e a condição mais severa de Goiás em seu histórico no Mapa do Monitor, iniciado em junho de 2020. Além disso, foi identificada uma área de 0,27% do estado com seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor. Goiás teve a quinta maior área com seca (340.086km²) e voltou a registrar o fenômeno em 100% de seu território, o que não acontecia desde janeiro deste ano. Em termos de área total com seca, Goiás teve cerca de 340 mil km² nessa situação, ficando atrás apenas de Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul.

Mato Grosso registrou a redução significativa da área com seca fraca no norte do estado entre agosto e setembro, devido às chuvas acima da média na região. Com isso, a área total com a presença do fenômeno caiu de 100% para 83% no período. Assim, Mato Grosso se tornou a única unidade da Federação com áreas livres de seca no CentroOeste no último mês. Por outro lado, o estado teve um aumento da severidade do fenômeno em função do aumento da área com seca extrema de 4% para 6% do território mato-grossense. Esta é a condição mais severa da seca em Mato Grosso desde sua recente entrada no Mapa do Monitor em junho deste ano. Mato Grosso teve cerca de 749 mil km² com seca, a maior área com o fenômeno em setembro.

No caso de Mato Grosso do Sul, entre agosto e setembro, 100% do território do estado registrou seca, condição verificada desde a entrada do território sul-mato-grossense no Mapa do Monitor em julho de 2020. Setembro teve o inédito surgimento de área com seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor – no nordeste do estado, o que representa 3,64% de seu território. Além disso, a porção com seca excepcional teve uma expansão de 9% para 24% de Mato Grosso do Sul no período. Tal situação é a mais severa desde a entrada do estado no Mapa do Monitor e a mais severa do CentroOeste em setembro. Em termos de área total com seca, Mato Grosso do Sul teve cerca de 357 mil km² nessa situação, ficando atrás apenas de Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia.

Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, o CentroOeste e o Sudeste registraram as condições mais severas em setembro com respectivamente 1% e 8% de áreas com seca excepcional – a mais severa na escala do Monitor. O Nordeste teve a menor severidade do fenômeno no último mês, já que foi a única região a não ter registrado seca extrema ou seca excepcional. O Sul foi a segunda região com menor severidade no período, sendo que a seca extrema foi identificada em 3% de seu território.

Em setembro deste ano, em comparação a agosto, em termos de severidade da seca, 13 estados tiveram uma intensificação da severidade do fenômeno em setembro: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. No caso do Distrito Federal, a seca voltou a ser registrada, o que não acontecia desde janeiro deste ano. Assim, pela primeira vez, todas as 21 unidades da Federação monitoradas registraram o fenômeno simultaneamente.

No sentido oposto, dois estados tiveram um abrandamento da seca no período: Maranhão e Santa Catarina. Em outros cinco estados, sobretudo do Nordeste, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Ceará, Paraíba, Paraná e Sergipe. Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em setembro aconteceu no Sudeste, que registrou 8% de seca excepcional – a mais severa da escala do Monitor. No sentido oposto, o Nordeste teve a menor severidade de setembro e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou seca excepcional.

Entre agosto e setembro, além do surgimento da seca no Distrito Federal, outras três unidades da Federação registraram expansão da área com seca: Alagoas, Pernambuco e Goiás. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em outros dois estados: Maranhão e Mato Grosso. Nos demais 15 estados não houve variação do território com seca (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins).

Considerando o recorte por região, o CentroOeste teve uma redução da área com seca de 99% para 91%, devido ao recuo significativo da seca fraca em parte do norte de Mato Grosso, que ficou livre de seca. Já no Nordeste, Sudeste e Sul o território com o fenômeno se manteve estável.

Em 13 unidades da Federação, 100% de seus territórios registraram seca em setembro: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Os demais oito estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 63,9% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTROOESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTROOESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do CentroOeste com o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em suas respectivas unidades da Federação são as seguintes:

  • DISTRITO FEDERAL: Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA);
  • GOIÁS: Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD);
  • MATO GROSSO: Superintendência de Proteção e Defesa Civil de Mato Grosso (SUPDEC) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA);
  • MATO GROSSO DO SUL: Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL).

A metodologia do Monitor de Secasem operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

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