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Opas: ações de prevenção seguem necessárias mesmo com vacinação

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse ontem, 5, em entrevista coletiva, que neste momento é preciso manter as medidas de prevenção contra a Covid-19, como uso de máscara e distanciamento social. Ela argumentou que a vacinação é fundamental para o combate à pandemia, mas que até agora os países da América Latina e Caribe ainda não receberam doses suficientes para uma imunização mais abrangente contra o novo coronavírus.
“Embora as pessoas estejam sendo vacinadas, não podemos confiar nas vacinas para reduzir as infecções quando não há vacinas para todos. Elas são uma parte das respostas abrangentes que inclui a prevenção por meio de medidas de saúde. É por isso que precisamos fazer tudo para dobrar a curva e reduzir as infecções”, destacou Etienne.
A diretora lembrou que, em diversos países, as unidades de Terapia Intensiva (UTI) vêm sendo insuficientes para atender os pacientes com Covid-19. Mesmo com a ampliação dos leitos, a ocupação também avança, criando dificuldades de atender o número de infectados com o avanço da pandemia. Ela não deixou de ressaltar também a necessidade de ampliar o ritmo da vacinação na região. “Precisamos de mais vacinas, estamos buscando nos níveis mais elevados para ter aumento de suprimento e países que têm vacinas em excesso”, acrescentou.
Etienne informou que a Opas vem dialogando com o governo da Índia para que sejam liberadas as doses previstas no contrato do mecanismo Covax Facility, consórcio coordenado pela Organização Mundial de Saúde. O governo indiano tem segurado as doses em razão da explosão dos casos de Covid-19 e mortes em decorrência da doença no País. “Temos o diretor-geral da OMS que está em negociação com o governo da índia para que possa autorizar parte da produção para mecanismo Covax e outra parte para necessidades do País”, afirmou o diretor adjunto da OPAS, Jarbas Barbosa.
Até agora, a região recebeu 11,4 milhões de doses. O Brasil foi o país que mais teve entregas do imunizante (5 milhões), seguido por Chile (1,5 milhão), Colômbia (1,2 milhão), Argentina (1,08 milhão) e México (1,07 milhão). Barbosa relatou que outro esforço em curso é a negociação com os Estados Unidos para que o governo de Joe Biden possa disponibilizar vacinas excedentes para os países da América Latina e Caribe.
A diretora da Opas chamou a atenção para a necessidade de os governos promoverem campanhas de comunicação abrangentes, de modo a convencer que as pessoas cumpram as medidas de prevenção e se vacinem. Entre as ações, devem tentar dialogar sobretudo com quem duvida da eficácia da imunização. “A gente sabe que a vacina é segura porque elas passam por processos de ensaios antes que possam ser aprovadas para uso pela população. E isso garante a segurança da vacina e o número de doses que serão necessárias”, enfatizou.
Brasil
Os diretores da Opas falaram sobre o cenário da pandemia no Brasil. Jarbas Barbosa classificou como crise a situação do risco de desabastecimento de insumos, como oxigênio e medicamentos para intubação. O diretor adjunto da Organização disse que a Opas está em interlocução com o governo dos Estados Unidos para buscar viabilizar a doação de remédios do chamado “kit intubação” ao Brasil, mas não detalhou se já houve resposta ao pleito.

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