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Para o grupo político de Mendanha, Daniel Vilela agora é rival e não aliado

Estranhamente, nos últimos dias, o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, passou a dar declarações, sem ser perguntado, ressaltando a fidelidade do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, a ele e à memória do pai, Maguito Vilela.
De repente, em meio a uma longa entrevista ao Jornal Opção na semana passada, Daniel Vilela introduziu a figura de Mendanha em uma resposta sobre a disposição do MDB em disputar a próxima eleição para governador ou partir para uma composição com o DEM e com o governador Ronaldo Caiado para a montagem de uma chapa única.
“Tem duas coisas que são muito valorosas, pelo menos para mim, e na política: lealdade e gratidão. O prefeito de Aparecida, o Gustavo, nunca se cansa de enaltecer isso. Eu tenho ele como um grande irmão”, disse Daniel, surpreendendo os jornalistas que debatiam os temas políticos do momento com ele.
Na sequência, passou a elogiar o desempenho de Mendanha na prefeitura aparecidense, mas atribuindo essa performance ao fato de que ele seria um discípulo de Maguito – que, quando governava Aparecida, o nomeou para a sua equipe de auxiliares e depois o lançou como seu sucessor.
As afirmações de Daniel Vilela coincidem com uma ofensiva do grupo do prefeito nas mídias controladas de Aparecida, sugerindo que chegou o momento em que ele deveria procurar sair da “sombra” dos Vilela e buscar os espaços correspondentes ao peso da sua liderança – ainda mais agora em que se transformou no gestor do único município de porte administrado por um emedebista.
Blogs amigos da Cidade Administrativa divulgaram notas e matérias claramente plantadas, “encorajando” Mendanha a romper com a situação de imobilidade que vive atualmente – em que enfrenta desgastes diante da ausência de realizações nos primeiros 100 dias do 2º mandato e de dificuldades financeiras que o impediram de avançar na implantação das promessas que fez na campanha do ano passado.
Mereceram comemoração as declarações da vereadora Valéria Pettersen, nomeada para a Secretaria de Articulação Institucional da Prefeitura de Goiânia. Ela é do MDB, mas, ao aceitar o convite, foi ostensivamente contra a orientação de Daniel Vilela para que os emedebistas se afastassem do prefeito Rogério Cruz, acusado de deslealdade e de trair a memória de Maguito Vilela e o acordo para a entrega de parte dos cargos do Paço Municipal para integrantes do MDB.
Valéria Pettersen anunciou que, em Goiânia, a sua missão política será a de abrir mais espaços para Gustavo Mendanha dentro da política estadual, ainda que pagando o preço de desagradar a Daniel Vilela – cada vez mais visto pelo grupo do prefeito de Aparecida como rival e não como aliado do presidente estadual do MDB.
“Mais cedo ou mais tarde, Gustavo Mendanha e Daniel Vilela deverão se confrontar na disputa pelo comando do MDB. Um dia vai acontecer”, avaliou o Jornal Opção, no início de abril, ao analisar o crescimento da tensão entre os dois emedebistas.
Por isso, a movimentação de Valéria Pettersen é emblemática. Por que uma simples vereadora de Aparecida, convidada para atuar no secretariado de Rogério Cruz, estaria se propondo a uma interferência na política estadual para promover Mendanha, mesmo mexendo com os interesses do presidente do seu próprio partido? Ela saiu falando por conta própria ou foi convenientemente orientada?
Quer saber as respostas, leitor? Leia o noticiário simpático à Prefeitura de Aparecida, alimentado pela mídia paga do secretário municipal de Comunicação, Ozéias Laurentino, hoje, apesar do amadorismo, o estrategista-mor dos sonhos de projeção política de Gustavo Mendanha. Nas entrelinhas, está tudo lá.

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