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Pós-pandemia: Governo de Goiás cria Secretaria da Retomada

Em entrevista à CNN, Ronaldo Caiado informou que se reunirá com prefeitos na próxima semana em busca de estratégias para conter a curva crescente do novo coronavírus

Da Redação

Goiás deu mais um passo pioneiro na gestão dos efeitos provocados pela pandemia da Covid-19 a partir da criação da Secretaria da Retomada. Tal política de governo, que deve servir de inspiração para os outros Estados, foi tema de uma entrevista do governador Ronaldo Caiado ao programa Visão CNN, na tarde desta quinta-feira (25). “Vamos agir diretamente na vida do cidadão, de acordo com problema que ele tem, para dar a retomada do controle de sua vida”, enfatizou.

A ação inovadora rendeu ao governador a oportunidade de explicar, em rede nacional, como funcionará a nova pasta. Em resposta ao jornalista Evandro Cini, que classificou a Secretaria da Retomada como uma “novidade” no Brasil, Caiado reforçou que sua criação não vai gerar custo algum aos cofres públicos, mas reunirá técnicos de secretarias já existentes numa força-tarefa capaz de identificar as regiões do Estado e as pessoas que precisam do apoio do governo.

Na entrevista, Caiado alertou que socorros imediatos, como o auxílio emergencial e o seguro desemprego, têm prazo de validade. Por isso, o Governo de Goiás está atuando de forma antecipada. “Temos que trabalhar nesse processo com afinco e competência, e não esperar chegar [as dificuldades]”, salientou. Em outras palavras, a nova secretaria vai estender a mão ao cidadão que perdeu sua fonte de renda por causa da pandemia, criando mecanismos para retomada segura.

Sobre os micro e pequenos empreendedores, o governador detalhou o plano de ação. “Estou investindo fortemente na área de capital de giro. Tenho trabalhado em Brasília para conseguir R$ 1 bilhão do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para não deixar com que as empresas fechem”, informou. Outros exemplos mencionados foram o lançamento do Plano Safra, que injetará R$ 18 bilhões no Estado; e a agilidade junto à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para a construção de importantes obras que contribuem com o desenvolvimento regional, como as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Outras ações antecipadas

Caiado ressaltou aos jornalistas Evandro Cini e Luciana Barreto que, a exemplo da Secretaria da Retomada, o Estado tem sido precursor de outras ações relacionadas à pandemia. Antes de sequer registrar casos da doença, Goiás já havia lançado o Plano de Contingência para Enfrentamento da Covid-19, estabelecendo protocolos rígidos a serem seguidos. Foi também o primeiro Estado a decretar medidas de isolamento social, quando confirmados os primeiros pacientes.

“Sou pragmático: temos que fazer o diagnóstico e focar naquilo que é nossa obrigação, curar o doente e salvar vidas”, pontuou. A fala referiu-se à primeira etapa da pandemia, quando as atenções do Governo de Goiás se voltaram fortemente para a área da saúde a fim de evitar um colapso na rede pública. Para tanto, o governador lembrou que ampliou a capacidade de atendimento. Antes da pandemia, disse, a maioria dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) concentrava-se nas grandes cidades – Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Hoje, a realidade é diferente. “Instalei oito novos hospitais com UTI, em todas as regiões, dando condição de atender pessoas”, lembrou.

Isolamento social

O governador demonstrou preocupação com a retomada das atividades comerciais no Estado, o que tem reduzido o índice de isolamento social e contribuído com a aceleração da disseminação da Covid-19. Questionado pelo jornalista Daniel Adjuto sobre a reunião que irá promover na próxima segunda-feira (29/6), com prefeitos e representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, Caiado disse que é preciso redobrar os cuidados, e este será o tema do encontro on-line. Segundo afirmou, “não tem remédio”: é preciso união.

Caiado ponderou que o novo coronavírus tem uma dinâmica própria, e que até agora a melhor solução para combatê-lo é respeitar medidas de distanciamento social. Uma hipótese que o governador levantou para conter a curva da Codiv-19 é o isolamento intermitente, intercalando um período de total fechamento com outro de flexibilização. “Um fechamento mais rígido, deixando apenas serviços essenciais durante uma semana, e depois reabre”, completou. Tal estratégia ajudaria a manter níveis seguros de leitos para atendimento na rede de saúde e, ao mesmo tempo, daria fôlego à economia.

 

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