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Iris e Daniel fecham as portas do MDB para afastar as ambições de Mendanha

Principal partido de oposição em Goiás, o MDB não sabe ainda qual rumo tomar em relação às eleições do ano que vem, mas, se depender do ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente da legenda em Goiás, e do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, haverá aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado. Daniel Vilela, com o apoio dos iristas, deve liderar chapa de consenso para o diretório estadual do MDB e garantir a presidência por mais dois anos, através da convenção, que está confirmada para o próximo dia 18, em Goiânia.

Daniel e Iris trabalham com cautela a presença do MDB na chapa majoritária do DEM caiadista, com a indicação do candidato a vice-governador ou a senador. Os nomes cogitados para a disputa ao Senado são do próprio Daniel Vilela e de Iris Rezende. Correndo por fora, o senador Luiz do Carmo também é lembrado para ser candidato novamente, mas ele não reúne apoio político suficiente para assegurar a vaga na disputa majoritária de 2022. Assim, Luiz do Carmo deverá concorrer à Câmara Federal.

A tese de candidatura própria do MDB a governador é defendida pelo deputado estadual Paulo Cezar Martins, vice-presidente da executiva estadual, e pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, mas é minoritária junto aos diversos segmentos partidários. Daniel Vilela, o nome natural do partido para concorrer ao Palácio das Esmeraldas, parece decidido a ficar fora da disputa pelo governo em 2022, o que permite conversações para eventual apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.

Iris Rezende também é estimulado a voltar à atividade política como candidato ao Senado, mas o ex-prefeito tem deixado claro, nas conversas com lideranças do partido, que o seu objetivo é trabalhar para reconduzir Caiado a novo mandato de governador. Em recentes conversas individuais que teve com Daniel Vilela e com Gustavo Mendanha, Iris Rezende ponderou que o melhor caminho para o MDB é deixar para 2026 o lançamento de candidatura própria ao Palácio das Esmeraldas.

Prefeito comete erro grave ao buscar aliança com PSDB

Em choque com as duas principais lideranças do MDB goiano – Iris Rezende e Daniel Vilela –, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, 37 anos, abriu conversações com os adversários históricos do partido, como o PSDB dos ex-governadores José Eliton e Marconi Perillo. Ao ignorar a advertência de Daniel Vilela de que o MDB não quer conversa com o PSDB marconista, de quem sempre foi antagonista, Mendanha sentou-se à mesa com os tucanos, deu espaço no secretariado para o partido e admite filiar-se para um eventual projeto eleitoral para 2022.

Além do PSDB marconista, Mendanha tem aberto agenda para diálogo com o PSD de Vilmar Rocha, Patriota de Jânio Darrot e Jorcelino Braga e até com o PSL do Delegado Waldir. Outra atitude de Mendanha que tem contrariado Daniel e Iris: uma possível filiação do prefeito de Aparecida ao Republicanos, partido do prefeito Rogério Cruz, de cuja gestão o MDB se afastou no último mês de fevereiro, com a entrega de cargos no primeiro escalão.

Daniel e Iris estão espantados com a “ambição política” de Gustavo Mendanha, que tem contribuído, segundo eles, com a divisão interna do MDB. O ressentimento político de Mendanha com o governador Ronaldo Caiado, para Daniel e Iris, não justifica uma aventura eleitoral do MDB em 2022.

Segundo levantamento do Diário de Aparecida, Iris Rezende defendeu, em conversa com Daniel Vilela, a antecipação, para este ano, do apoio do MDB à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Como se sabe, Daniel e Iris têm maioria na convenção do MDB para definição em relação ao futuro do partido nas eleições do ano que vem. O MDB, que já governou o Estado de 1982 a 1998, vive momentos de incertezas, pois, de lá para cá, perdeu seis eleições para o Palácio das Esmeraldas, outras tantas para o Senado e reduziu as suas bancadas junto à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.

O partido também não conseguiu, nas últimas eleições, conquistar grande número de prefeitos: em 2016, obteve 43 prefeituras; em 2020, caiu para 29. Esse enfraquecimento do MDB nos 246 municípios goianos mostra que será equivocada a direção do partido insistir em candidatura majoritária ao governo de Goiás em 2022, o que poderá levar o partido à sétima derrota consecutiva. Desta forma, o melhor aos emedebistas seria adiar para 2026 o lançamento de nome para a sucessão estadual. (H.L.)

Prefeitos preferem aliança com o DEM

Daniel Vilela ou Iris Rezende figurando na chapa majoritária encabeçada pelo governador Ronaldo Caiado. Essa é a tendência dos prefeitos do MDB, alguns dos quais já trocaram o partido pelo DEM, antecipando, formalmente, o respaldo ao projeto eleitoral do governador. “Caiado trabalha muito pelo Entorno do Distrito Federal. É um político honrado e com liderança nacional. Estarei ao seu lado na campanha pela reeleição em 2022”, afirma o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB).

“Pelo trabalho que realiza em Goiás, firme em defesa da ética e no combate à corrupção, com obras em todas as áreas da administração, Ronaldo Caiado terá nosso apoio para novo mandato de governador”, ressalta Iris Rezende.

Emedebistas históricos defendem a permanência de Daniel Vilela no comando do MDB de Goiás como uma homenagem também ao ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela, morto em 13 de janeiro último devido às complicações da Covid-19.

Ex-presidente da executiva estadual do MDB e ex-prefeito por três vezes de Bom Jardim de Goiás, Nailton de Oliveira diz que Daniel Vilela e Iris Rezende agem com “espírito público” ao defender aliança do partido com o DEM para a reeleição do governador Ronaldo Caiado. “Desde 2018, eu e um grupo de prefeitos queríamos essa aliança MDB/DEM, pois sempre pensamos no bem de Goiás”, diz ele. (H.L.)

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