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Pulverização de candidatos não deixa Aparecida eleger deputado estadual

Mesmo sendo a segunda maior cidade do Estado, com 320 mil eleitores, Aparecida não tem representante na Assembleia Legislativa. Em Legislaturas passadas, o município já chegou a um, dois e até três parlamentares estaduais – quando, simultaneamente, foram deputados Marlúcio Pereira, Ozair José e Chico Abreu. O ex-prefeito Ademir Menezes também já exerceu mandato de deputado estadual.
A ausência de representantes no Parlamento enfraquece e desmobiliza as lutas de Aparecida por maior relevância no contexto político regional. Uma voz no Legislativo ecoa positivamente e reforçaria as ações administrativas do prefeito Gustavo Mendanha, o que, atualmente, não ocorre. Anápolis, terceira maior cidade do Estado, tem atualmente três deputados estaduais: Coronel Adailton (PP), Antônio Gomide (PT) e Amilton Filho (SD). Essa força política beneficia a gestão do prefeito Roberto Naves (PP) na defesa de demandas junto ao poder público estadual.
O que inviabiliza a eleição de deputados estaduais por Aparecida de Goiânia é a pulverização de candidaturas. Mendanha cometeu em 2018 o erro de estimular o surgimento de candidaturas por diversos partidos, o que pulverizou a disputa eleitoral e ajudou a inviabilizar a representatividade no Parlamento goiano.
Em vez de repetir o equívoco em 2022, é possível que Mendanha atue para que seu grupo político venha a limitar a dois nomes os pretendentes para a disputa à Alego e, para isso, terá que convencer os aliados a permanecerem no secretariado de Aparecida de Goiânia. Maguito Vilela, que governou o município de Aparecida de Goiânia por dois mandatos (oito anos), também estimulava a pulverização de candidatos, o que inviabilizou a eleição de representante da cidade no Parlamento estadual.

Confira os quatro nomes mais cotados

Quatro nomes saem à frente na corrida por cadeiras à Assembleia Legislativa nas eleições de 2022, todos vinculados ao grupo do prefeito Gustavo Mendanha (MDB): Max Menezes (MDB), Marlúcio Pereira (Republicanos), André Fortaleza (MDB) e Vanilson Bueno (PSDB). Há outros pretendentes, mas com cotação baixa.

Max Menezes
O engenheiro civil Max Menezes é secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, ex-vereador e filho do ex-prefeito Ademir Menezes. Mesmo obtendo 30.389 votos, Max ficou na primeira suplência da bancada estadual do MDB, partido que elegeu três parlamentares em 2018. Max se fortalecerá para a reeleição a partir de janeiro próximo, quando vai assumir a cadeira de deputado estadual, com a renúncia de Humberto Aidar, a ser escolhido conselheiro do TCM.

Marlúcio Pereira
Marlúcio Pereira não conseguiu se reeleger para a Alego, tendo alcançado apenas 19.759 votos em 2018. É atualmente secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e tem boa penetração junto aos prefeitos goianos.

André Fortaleza
O vereador André Fortaleza, presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, vem sendo estimulado a disputar mandato de deputado estadual. Ele tem a simpatia do prefeito Gustavo Mendanha, do vice-prefeito Vilmar Mariano e do deputado federal Prof. Alcides.

Vanilson Bueno
O empresário de eventos artísticos Vanilson Bueno, presidente municipal do PSDB, também se apresenta como alternativa do grupo político do prefeito Gustavo Mendanha para a corrida à Assembleia Legislativa nas eleições do ano que vem. É atualmente secretário municipal de Ações Integradas.

Vaga na Assembleia, um sonho quase impossível que todos perseguem

Na equipe do prefeito Gustavo Mendanha, existem hoje muitos pretendentes a uma cadeira à Assembleia Legislativa às eleições de 2022, além de Max Menezes, Marlúcio Pereira, André Fortaleza e Vanilson Bueno. São eles: Jhonathan Medeiros (Republicanos), Ciência, Tecnologia e Inovação; Veter Martins (PSD), Planejamento e Regulação Urbana; e Cláudio Everson, o Cláudio da Unifan, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Embora lembrado, Tatá Teixeira, secretário de Articulação Política, diz que estará fora das eleições do próximo ano, já que prefere se resguardar para a sucessão de Mendanha, em 2026. Fora da prefeitura, a movimentação também é intensa em diversos partidos. O PSC cogita o lançamento do ex-deputado Ozair José. O Avante, a cirurgiã-dentista Márcia Caldas. O Progressistas deverá apresentar o advogado Wallace Braz, ligado ao deputado federal Prof. Alcides.
Há um fato: candidato que faz campanha apenas em Aparecida de Goiânia, sem buscar colégios eleitorais no interior do Estado, não consegue chegar à Assembleia. Mesmo que tenham prestígio em Aparecida, segundo maior colégio eleitoral de Goiás, como comprovam os casos de Max Menezes, Marlúcio Pereira, Chico Abreu e Ozair José, que sofreram derrotas apesar de bem votados no município.

 

Mesmo como 2º maior centro urbano do Estado, município não tem projeção

Desde a sua emancipação política, na década de 1960, Aparecida de Goiânia não conseguiu ocupar espaços significativos na política estadual. O cargo de maior expressão que teve foi o de vice-governador, com Ademir Menezes, na chapa do governador Alcides Rodrigues.
Para a Câmara Federal, os chamados “políticos forasteiros” apareciam em Aparecida e levavam os votos, sem o compromisso de defender as bandeiras da cidade. Norberto Teixeira, Sandro Mabel e Chico Abreu já integraram a Câmara com os votos dos aparecidenses. Na atual legislatura, a cidade tem dois representantes na Câmara Federal: Prof. Alcides (PP) e Glaustin da Fokus (PSC).
Aparecida só teve maior visibilidade política com a eleição de Maguito Vilela para a prefeitura, já que se tratava de um político vitorioso, pois fora governador e senador, além de outros mandatos. Para a Assembleia Legislativa, o único representante aparecidense foi Ademir Menezes, na legislatura anterior. Ademir tinha sido prefeito da cidade por duas vezes também.
Aparecida sempre foi considerada “quintal de Goiânia”, ou seja, os políticos da Capital apareciam de quatro em quatro anos para “buscar” os votos. João Natal (PMDB) e tantos outros foram exemplos desse comportamento. Ao longo da história dos 99 anos, Aparecida nunca cogitou o lançamento de um nome para o Palácio das Esmeraldas, já que os seus políticos não tinham expressão e visibilidade estadual. Isso teve um preço: o isolamento político, afetando o desenvolvimento e o crescimento da cidade.
A falta de representante no Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa prejudica o desenvolvimento econômico-social de qualquer cidade. Aparecida paga atualmente um preço alto por isso, porque as emendas parlamentares “ralearam”, o que resulta em menos recursos para obras em áreas vitais como saúde, educação, infraestrutura, esporte, cultura e meio ambiente. (Por Helton Lenine / [email protected])

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