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Reações contra a chapa Caiado-Daniel, por predefinição para 2026, carecem de lógica

Pretendentes ao governo que encaram o filho e herdeiro político de Maguito Vilela como concorrente, daqui a 4 anos, estão antecipando um debate que pode nem acontecer

Divino Olávio – Blog Notícia Pura

Há um grande equívoco nos protestos, ainda que tímidos, contra a decisão de compor aliança entre o MDB e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), para as eleições de 2022, anunciada no dia 24 de setembro passado.

Percebeu-se por trás dessas reações a quase certeza de que a presença de Daniel Vilela na chapa da reeleição, agora, significa candidatura automática ao governo, em 2026. Cenas de ciúmes e ameaças de rompimento surgiram no pós-anúncio da aliança, poucos na verdade, porém ruidosos.

Equivocam-se os que agem assim. A eventual vitória da chapa à reeleição do governador Ronaldo Caiado no ano que vem, com Daniel de vice, não é sinônimo de que ele [Daniel] será automaticamente o candidato à sucessão do democrata, daqui a quatro anos.

Se a condição de vice-governador fosse fator definidor para o ocupante do cargo ser escolhido candidato e eleito sucessor do titular, José Eliton teria sido eleito governador em 2018, quando disputou a sucessão do então governador Marconi Perillo (PSDB).

José Eliton foi vice durante oito anos. Escolhido pelo então governador com candidato à sua sucessão, o fim da história todo mundo conhece: dos três concorrentes mais competitivos da eleição, José Eliton foi o terceiro colocado no ranking. O democrata Ronaldo Caiado venceu a eleição no 1º turno, com quase 60% dos votos.

Ao contrário do que se pode imaginar, se for eleito próximo vice-governador do Estado, Daniel Vilela não terá vida fácil e pode preparar pequenos galhos de arruda para colocar atrás das orelhas com pitadas de sal grosso e dentes de alho roxo, para colocar sobre sua mesa de trabalho, para espantar a carga negativa disseminada por maus olhares que receberá diariamente. Isso ocorrerá porque todos os concorrentes estarão com as atenções focadas para os seus movimentos. Mais: não existe vice que se transforma automaticamente em candidato de conglomerado de partidos, isso só é possível por consenso a ser construído. Se houver imposição, o risco de perder é altíssimo (e José Eliton é mais uma vez a prova cabal). Sem o respaldo da maioria dos líderes e dirigentes dos partidos, a possibilidade de derrota é alta.

Se tiver a pretensão de se tornar candidato a governador da base do governador Ronaldo Caiado em 2026, na hipótese da sua chapa ser vitoriosa em 2022, Daniel Vilela terá de dançar um dobrado conversando e dialogando com todos os partidos da base, trabalhando, servindo bem ao Estado e ao povo, para conseguir se viabilizar como o próximo inquilino do Palácio das Esmeraldas. Portanto, a posição de cada partido, de cada líder será de suma importância no processo que resultará na escolha do candidato a governador daqui a quatro anos, que exigirá muito trabalho.

Desta forma, é perda de tempo supor que, apenas pelo fato de ser eleito vice em 2022, será suficiente para viabilizar o filho e herdeiro político de Maguito Vilela como candidato a governador, daqui a quatro anos. Sendo assim, o melhor que os pretendentes a candidaturas ao governo, na mesma época, devem fazer é continuar trabalhando muito para agradar e criar lastros com os eleitores. E, quando chegar a noite, após cada dia de trabalho, dormir o sono dos justos: 2026 está muito distante ainda para despertar preocupações, por ora.

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