Política

Republicano passa por embate para se definir entre Caiado e Mendanha

João Campos, presidente estadual, quer levar o partido para o colo do ex-prefeito de Aparecida, enquanto lideranças de peso como Rogério Cruz e Jeferson Rodrigues preferem apoiar a reeleição do atual governador

Foto: Reprodução

Da Redação

O partido Republicanos, braço político da Igreja Universal, vive um embate político em Goiás, dividido entre o seu presidente estadual – o deputado federal João Campos –, que deseja levar a legenda para o colo do ex-prefeito de Aparecida João Campos, e o prefeito de Goiânia Rogério Cruz e o deputado estadual Jeferson Rodrigues, que atuam para fechar apoio da sigla a reeleição do governador Ronaldo Caiado.

Com vistas às próximas eleições, o Republicanos é a única agremiação de grande porte ainda sem posicionamento no Estado. E ninguém sabe qual exatamente é a orientação do diretório nacional, presidido pelo deputado federal Marcos Pereira. E menos ainda se tem uma ideia sobre como a disputa será resolvida.

João Campos age nos bastidores para minar seus adversários internos. Em público, dá sinais de que gostaria de pular na canoa de Mendanha, mas mantém um discurso em que defende a sua própria candidatura ao Senado, que seria mais “confortável”, diz ele, na chapa do ex-prefeito aparecidense, já que suas chances de figurar ao lado de Caiado são mínimas, mesmo porque a base governista evolui para não oficializar um senatoriável e sim fechar com vários candidatos avulsos.

Cruz e Jeferson jogam duro: já anunciaram apoio pessoal à reeleição de Caiado e repudiaram qualquer aproximação com Mendanha. E exigem uma deliberação democrática em que o partido, de alguma forma, faça uma consulta aos seus membros para escolher o rumo que tomará nas urnas de outubro. João Campos, como presidente regional, apenas cumpriria essa decisão, sem impor a sua vontade.

Por ora, não há acordo à vista. Mas, para minimizar a polêmica, João Campos propõe que, qualquer que seja a resolução do Republicanos, todos os filiados seriam liberados para apoiar o candidato a governador que quiserem, sem punições. Com isso, ele levaria o partido para Mendanha – que só quer o partido, do qual necessita desesperadamente para conseguir acessar o fundo partidário e o horário de propaganda gratuita no rádio e televisão.

Em política, ninguém é bobo. A ala pró-Caiado do Republicanos percebeu que a manobra beneficiaria a oposição a Caiado, ao melhorar as probabilidades da candidatura do ex-prefeito de Aparecida, e reagiu à altura. Foi a Brasília e disse ao presidente nacional Marcos Pereira que, em caso de aliança com Mendanha, os candidatos a deputado federal do partido, 15, refluirão para a disputa pela Assembleia e esvaziarão a chapa a Câmara.

Como se sabe, eleger o maior número possível de deputados federais é prioridade para qualquer partido, grande o pequeno, já que é pelo tamanho das bancadas na Câmara que se fazem os cálculos para a destinação do bilionário fundo partidário, quer dizer: quanto mais parlamentares federais, mais dinheiro irriga o caixa das legendas e não só em época de eleição, mas rotineiramente, todos os anos.

O impasse se instalou. João Campos quer assinar os papéis com o Patriota e figurar como candidato a senador na chapa de Mendanha, deixando os membros do partido à vontade para apoiar quaisquer nomes para o governo. Mas Rogério Cruz e Jeferson Rodrigues colocaram um tremendo bode na sala: se for ao lado de Mendanha, o Republicanos pode ficar sem a sua preciosa chapa de deputados federais.

PRÓ-CAIADO

Rogério Cruz e Jeferson Rodrigues querem aliança com o governador Ronaldo Caiado, cuja reeleição já anunciaram apoio. Para colocar pressão em João Campos, que quer apoiar Gustavo Mendanha, eles colocaram na mesa uma ameaça ousada: todas as candidaturas do Republicanos a deputado federal seriam canceladas e refluiriam para a Assembleia Legislativa.

PRÓ-MENDANHA

Para viabilizar seu nome na chapa de Gustavo Mendanha, João Campos propõe que o partido faça uma coligação com o Patriota, mas liberando todos os seus membros para apoiar quem quiser para governador. O problema é que essa fórmula leva para Mendanha a fatia do fundo partidário e do horário gratuito no rádio e televisão a que o Republicanos têm direito.

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