Aparecida

Setor produtivo de Aparecida teme retorno do escalonamento das atividades econômicas

Com 1.472 mortes por Covid-19 e 76% de ocupação geral (pública e privada) de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) para o tratamento da doença, segundo dados do Painel Eletrônico da Covid-19 desta segunda-feira, 19, de Aparecida de Goiânia, comerciantes do município temem o retorno do escalonamento das atividades econômicas. Além de não frear o avanço da pandemia na cidade, o modelo adotado pela prefeitura não contemplou a economia aparecidense, pois enquanto havia medidas de flexibilização em outras cidades do Estado, inclusive na circunvizinha Capital, em Aparecida o comércio e as atividades não essenciais ficaram presas. Dividido em fases, o modelo, suspenso desde o dia 12 de julho, permitiu o funcionamento do comércio em macrozonas e dias alternados.

Conforme noticiado pelo Diário de Aparecida, de acordo com a Portaria Nº 094/2021-GAB/SMS publicada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) na última quinta-feira, 15, o regime de escalonamento pode ser retomado se Aparecida registrar índices elevados de ocupação de leitos de UTI, variação na média móvel de casos e avanço na velocidade de transmissão. Até o último domingo, 18, Aparecida possuía 830 casos ativos, que estavam hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De sábado, 17, para domingo, 18, foram confirmados 220 novos casos na cidade. De 75.328 casos confirmados, 73.029 estavam recuperados.

Autor da proposta de suspensão do escalonamento das atividades econômicas e membro do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida de Goiânia, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) e vice-presidente da Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest-GO), Maione Padeiro, adverte para o cumprimento das medidas sanitárias.

“Aparecida de Goiânia suspendeu o escalonamento regional do comércio. Agora a responsabilidade é de todos nós, assim seguindo todos os protocolos sanitários: distanciamento social, máscara e uso de álcool em gel, orientando também os seus colaboradores e clientes a segui-los para assim não retornar a ver os nossos comércios fechando. É bom que a gente tenha consciência que o único caminho é a vacina. Assim que chegar a sua hora, tome a vacina, porque vacina boa é vacina no braço e todos nós vacinados teremos uma economia, emprego cada vez maior no município. Coloco a Acirlag à sua disposição!”, enaltece.

Maione enfatiza que o modelo adotado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia em fechar o comércio e as macrozonas serem divididas apenas por uma rua prejudica os comerciantes. Segundo ele, os empresários estão seguindo os protocolos sanitários de combate à Covid-19. Paralelamente à defesa, o presidente da Acirlag salientou que não é o momento para relaxar quanto aos cuidados da pandemia.

“A nossa preocupação é que o cenário piore e haja mais restrições. Acompanho todo o esforço dos comerciantes, todos eles estão contribuindo para o controle da pandemia da Covid-19 em Aparecida de Goiânia. Por isso, acredito que não vai ter a necessidade de ter mais restrições. Por conta de as macrozonas serem divididas por uma rua, isso prejudica os comerciantes das outras. Libera tudo. Coloque regramento, fiscalize mais”, defende.

Prejuízos
Maione comentou que os prejuízos econômicos dos comerciantes aparecidenses têm sido expostos com frequência, igualmente a falta de apoio por parte da prefeitura. Tarifas mensais e anuais, como contas de água, energia elétrica, telefone, IPTU e colaboradores, permanecem acumuladas se as portas estiverem fechadas. “A fiscalização precisa ser maior dimensionada aos comerciantes que insistem em desrespeitar os protocolos sanitários e favorecer aos que cumprem as regras mundiais de higiene. O vírus continua matando, é preciso investir mais na conscientização, tanto dos comerciantes como de toda população, ainda mais com a cepa indiana se aproximando”, enfatizou.

É crescente o número de salas comerciais fechadas em Aparecida por conta de os empresários não terem como pagar contas básicas, como aluguel e energia elétrica. Segundo Maione, muitos comerciantes retornam à informalidade e começam a vender laranja, balinhas, bombons em barracas e frutas e verduras nas ruas, por não conseguirem manter o empreendimento. Ele afirma que o poder público não arrecada sem atividade formal e que pequenos e grandes empresários estão sofrendo para manter os seus empreendimentos.

Especialistas destacam benefícios de vacinação em massa para combater pandemia

A médica infectologista do Hospital Órion e da Polícia Militar Juliana Barreto enfatiza que a vacina contra a Covid-19 é a arma ideal para combater a doença. “Vacinar em massa a população é a nossa esperança para redução e controle da doença, já que nós já sabemos que não há nenhuma medicação profilática, ou seja, preventiva, contra o coronavírus. A medicação preventiva é a vacina. E a vacina, junto com as medidas de segurança, lavagem correta das mãos, uso das máscaras a todo tempo e distanciamento social, é que vai levar à superação da pandemia”, diz ao DA.

Embora haja uma previsão de aumento no ritmo de vacinação contra a Covid-19, as medidas de distanciamento, isolamento, uso de máscaras e higienização das mãos devem ser mantidas sem flexibilização. A orientação é da infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi. “O anúncio de que a vacinação está acelerando não nos permite relaxar nenhuma medida de bloqueio da transmissão”, afirma em entrevista à CNN.

Mesmo com a aceleração da vacinação contra a Covid-19, ainda há desafios para serem superados. Um deles é o comportamento que ficou conhecido como sommelier de vacina. A médica infectologista Estela Cirino Catelani explica que todas as vacinas são eficazes e que esperar para receber um imunizante específico compromete a cobertura vacinal. “Todas as vacinas são eficazes e essa escolha de uma vacina ou outra não tem sentido. Atrasa, porque só vamos ter uma proteção quando tiver uma porcentagem boa da população vacinada”, defende ao portal A Cidade On.

A infectologista, Estela Cirino Catelani, explica que avaliar a eficácia de uma vacina por meio de testes de anticorpos não é eficaz. Sobre o medo de efeitos adversos, a médica tranquiliza. “Outra causa que as pessoas às vezes querem escolher a vacina é o medo de efeitos adversos. Como a AstraZeneca, o fenômeno de tromboembolismo, então a pessoa fala que tem problema de coagulação, mas isso também não tem nenhuma relação com o problema de coagulação que a pessoa possa ter. O mecanismo de tromboembolismo é completamente diferente de outros problemas de coagulação”, finaliza ao portal. (E.M.)

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