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Corrupção dos governos do PSDB será foco de Caiado e Daniel Vilela

Confirmado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) como candidato a vice na chapa majoritária da base aliada às eleições de 2022, Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, acelera, a partir desta semana, conversações com presidentes de partidos e lideranças municipais (prefeitos e vereadores) para ampliar a base de sustentação à campanha por novo mandato ao democrata.
Além da inédita definição de dois terços da chapa majoritária governista a mais de um ano das eleições, chamou a atenção o tom adotado por Caiado e Daniel Vilela no encontro estadual do MDB, sexta-feira, 24, e que tende a prevalecer até a disputa do ano que vem, com maior ênfase na definição de que enfrentarão, em 2022, um inimigo comum, o PSDB: ambos se referiram ao partido do ex-governador Marconi Perillo como ameaça de retorno ao passado que precisa ser combatida.
Daniel e Caiado têm a mesma opinião: qualquer que for o candidato da oposição, mesmo que seja Gustavo Mendanha, esse fará uma campanha fragilizada e desgastada, por causa das alianças eleitorais que será obrigado a fazer, principalmente com o PSDB dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton.
Lembram que o eleitor goiano se manifesta repetidamente nas pesquisas, frustrado com o que os tucanos fizeram no exercício do poder em Goiás, principalmente nos últimos quatro anos (2014 a 2018), quando o Ministério Público apontou corrupção em diversas áreas da administração, como, por exemplo, na Agetop, Saneago e Codego.
Na visão de emedebistas e caiadistas, o evento da formalização da aliança, sexta passada, 24, teve outro efeito prático: delegou ao presidente do MDB autoridade suficiente para fazer política em nome do projeto palaciano. Daniel Vilela atuará como interlocutor do governador com prefeitos, vereadores e demais lideranças, independentemente de filiação partidária. Ele também iniciará agenda no interior na tentativa de costurar o apoio ao projeto dentro e fora de sua sigla.
Com o respaldo de 95% das bases do MDB em favor da aliança com o DEM caiadista – apenas o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, o ex-deputado federal Sandro Mabel e o deputado estadual Paulo Cezar Martins divergiram da decisão tomada pelo partido – Daniel Vilela está credenciado para iniciar conversações com dirigentes partidários e lideranças políticas.
Há algumas semanas, Daniel deu o pontapé inicial na busca de apoios em favor da reeleição do governador Ronaldo Caiado: se reuniu com o deputado federal Adriano do Baldy, um dos líderes do Progressistas e político próximo ao ex-ministro Alexandre Baldy, presidente da legenda em Goiás. Adriano, favorável à chapa Caiado/Daniel, esteve no encontro estadual do MDB. Ele defende Alexandre Baldy na chapa majoritária como candidato a senador.
O dirigente emedebista almoçou, em Anápolis, com o prefeito Roberto Naves, outra influente liderança do Progressistas que também quer o partido na coligação que pretende reeleger Ronaldo Caiado. Segundo Daniel, a conversa foi positiva com o prefeito anapolino.
Daniel marcou um tento importante: superou as divergências com o prefeito de Turvânia, Fausto Mariano, agora reeleito e filiado ao DEM. Em 2019, ele e outros prefeitos dissidentes do MDB foram expulsos do partido, por decisão do conselho de ética, por não apoiar a candidatura de Daniel Vilela ao governo de Goiás. “2018 é página virada. Estamos agora juntos para eleger a chapa Caiado/Daniel e trabalhar pelo bem de Goiás”, disse Mariano em nota.
Daniel Vilela quer agendar, nos próximos dias, conversa com outras lideranças políticas que resistem à sua presença na chapa majoritária governista, entre elas os prefeitos Paulo do Vale (Rio Verde) e Adib Elias (Catalão) e o ex-prefeito Renato de Castro (Goianésia), na tentativa de superar divergências surgidas em 2018.

 

“Nosso propósito será agregar sem tomar espaço de ninguém”

Durante o evento em que o MDB de Goiás oficializou a decisão de apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM), o presidente regional do partido, ex-deputado Daniel Vilela, afirmou que o seu propósito é “agregar sem tomar o espaço de ninguém”, em clara sinalização aos aliados do governador que temem perder influência com o desembarque dos emedebistas.
O presidente regional do MDB entende que a legenda age de forma correta ao anunciar apoio a Caiado a mais de um ano das eleições. Ele classificou a decisão como “forte, transparente e verdadeira, diferente de práticas costumeiras, de formação de alianças em cima da hora, pegando a todos de surpresa”. E disse também que, no MDB, “todos se orgulham dessa decisão”.
“Essa aliança é o resultado de uma decisão construída por toda a base e ouvindo todos que tivemos oportunidade de conversar. É uma aliança que propõe pensar no Estado e compartilhar a construção, uma sequência de um projeto de resgate e superação dos desafios que Goiás viveu nos últimos anos e vive [por causa da pandemia], e também nos próximos”, ressaltou Daniel Vilela.
O presidente emedebista disse que, já em 2018, ele e Caiado, ambos candidatos ao Palácio das Esmeraldas, fizeram oposição aos governos do PSDB por terem a mesma convicção contra o mau uso do dinheiro público. Para ele, o foco da campanha de 2022 será o de mostrar à população a inconveniência da volta dos tucanos ao poder, seja com candidatura própria ou “pegando carona” em outro partido.
Daniel Vilela lembrou que a aliança MDB-DEM tem respaldo do ex-prefeito Iris Rezende, que desenvolve boa relação política com Ronaldo Caiado desde 2014, quando fizeram campanhas juntos para o governo e para o Senado. Iris, segundo o presidente do MDB, foi o primeiro a declarar apoio à reeleição de Caiado já em 2020, quando afirmou ao jornal O Popular: “Se vai bem na administração, é honesto, combate a corrupção, por que não o reeleger?”.
Na visão de Daniel, seu pai, Maguito Vilela, se ainda vivo, estaria também respaldando o acordo com Caiado. Ele lembra que, já na campanha de 2014, Maguito, como prefeito de Aparecida, subiu no palanque para falar da “coerência e da honestidade” do democrata. “Estou certo de que, se estivesse aqui entre nós, meu pai teria participado do encontro do MDB para dar respaldo à aliança.”
O presidente do MDB disse que pretende realizar uma campanha, ano que vem, sem ataques aos adversários, mas ressaltando os feitos do Governo Caiado e defendendo projetos para a próxima gestão. “Vamos esquecer o retrovisor, olhar para a frente, fazer uma campanha de paz e não de ódio.”
O emedebista sustenta que a população quer o debate, ano que vem, sobre propostas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, industrialização para geração de empregos e renda e serviços de saúde, educação e segurança pública de qualidade. “Vamos debater o futuro e esquecer o passado.” (Por Helton Lenine / [email protected])

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