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Cinco anos depois, legado da Rio 2016 tem obras inacabadas, previsões fracassadas e projetos no papel

Parque Olímpico

Tido como o coração da Rio 2016, o Parque Olímpico tem sinais de abandono. A Arena do Futuro, por exemplo, utilizada para os jogos de handebol durante o evento, está há quase 5 anos sem ser utilizada. O projeto inicial previa a construção de quatro escolas a partir da desmontagem do estádio. Mas, as unidades devem ser entregues à população apenas em 2023. O valor estimado para a desmontagem da estrutura e, em seguida, da construção das escolas é de R$ 78 milhões.

“Não era para estarmos pagando essa conta de R$ 78 milhões. Isso já é um jogo de empurra, do governo federal com o governo municipal. Já se passaram anos, e só agora que vamos ter de fato transformado em escolas, que são os Ginásios Experimentais Olímpicos. Não era para estar falando de quatro GEOs. Era para estarmos falando de 10, de 15”, disse o vereador Felipe Michel.

Linha 4

A Linha 4 do metrô, que liga as zonas Sul e Oeste, é um compromisso olímpico que segue inacabado cinco anos após a realização dos jogos. A Estação Gávea, uma espécie de apêndice do novo trajeto, virou o “calcanhar de Aquiles” do projeto e segue com as obras paralisadas desde 2015 por causa de riscos estruturais.

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio apontou que as obras causaram um dano de R$ 3,7 bilhões ao erário público. O valor, segundo o TCE, ainda pode ser modificado já que há processos em tramitação no tribunal. O Governo do Estado informou que irá realizar uma licitação no próximo dia 23 de julho para a elaboração de um projeto básico, que irá sanar os problemas estruturais. Depois disso, haverá uma nova licitação para, então, realizar o plano executivo e finalizar as obras na estação.

VLT

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi considerado uma novidade para o projeto de reocupação do Centro do Rio. O novo projeto, no entanto, não atendeu as expectativas e passou pela sua pior fase durante a pandemia de Covid-19.

“A circulação do VLT começou em junho de 2016. Ele previa, após a implementação total das três linhas, em torno de 250 mil passageiros por dia útil. Antes da pandemia, a gente estava com 110 mil passageiros por dia útil. (…) A pandemia afetou a demanda do VLT substancialmente. No início da pandemia, a demanda caiu em torno de 90%”, afirmou Marcio Hannas, CEO do VLT Carioca.

Apesar disso, a expectativa é que o transporte passe por uma nova fase com a proposta da prefeitura de levar empreendimentos residenciais para o Centro do Rio. “A preocupação do Centro do Rio vai acontecer e eu não tenho dúvida. O VLT foi implantado para fazer a integração entre a região portuária e o centro financeiro da cidade (…) Se você trouxer moradia para o Centro da cidade, você passa a ter também o uso mais uniforme durante o período de operação. Com isso, com certeza, haverá uma maior demanda”, afirmou Hannas.

Piscinas olímpicas

O destino das piscinas olímpicas também está incerto. A desmontagem do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos envolve o uso de uma piscina que custou aproximadamente 800 mil euros (quase R$ 5 milhões), segundo a prefeitura.

O município de Maricá demonstrou interesse em levá-la para a cidade e está em negociação para receber a doação do Rio. “O prefeito de Maricá tinha sinalizado interesse. A gente quer dar uso para essas piscinas. Uma delas foi até doada para o Exército, mas o Exército não conseguiu colocá-la em uso porque não é uma operação barata. E a Prefeitura de Maricá já veio aqui no Rio, a gente fez duas visitas com eles”, afirmou Schleder.

 

 

 

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