Aparecida

Moradores do Setor Garavelo denunciam cenário de abandono do Parque Tamanduá

Reportagem do Diário de Aparecida esteve no local em maio do ano passado, retornou ontem e verificou que a Prefeitura não tomou providências

Eduardo Marques 

Moradores do Setor Garavelo denunciam situação de abandono do Parque Tamanduá, em Aparecida. De acordo com a população, há degradação e insegurança na área de proteção ambiental.

No local, faltam lixeiras, banheiros públicos, e grades que protegem o acesso à mata do parque. Falta de iluminação pública e rampas de acessibilidade também são apontados como descaso.

O DA divulgou uma reportagem no dia 17 de maio do ano passado sobre os problemas do parque. Na manhã de ontem, 1º, o jornal retornou ao local e verificou que, além de a gestão municipal não ter tomado providências desde a última visita da equipe, o espaço se deteriorou mais ainda.

Enquanto Goiânia possui 54 parques ecológicos administrados pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), entre eles o Vaca Brava, Areião, Flamboyant e Cascavel, a circunvizinha Aparecida, com mais de 600 mil habitantes, só tem um, que é o Parque Tamanduá.

Nas redes sociais que o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) tanto aprecia, acumulam-se as reclamações dos moradores da região sobre a deterioração dessa área de convivência, sem que nenhuma providência seja tomada. Vale salientar que o Parque da Família, localizado em frente a um shopping da cidade, é só uma pista ao longo de uma avenida e um parquinho.

Promessa de campanha à reeleição, o então candidato Gustavo Mendanha garantiu à população que restauraria o Parque Tamanduá, abrangendo a construção de espelhos d’água para embelezar o espaço de lazer. Seu projeto é construir ainda um parque ecológico no Jardim Tiradentes e outros dois no Jardim Alto Paraíso e Setor Maria Inês.

Mendanha também anunciou no plano de governo o compromisso de implantar na cidade o Viveiro do Cerrado, numa parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e a ONU Habitat – braço das Nações Unidas para assentamentos urbanos.

Pelo menos 30% da vegetação nativa dentro das dependências do parque estão gravemente degradadas e o ecossistema do córrego está condenado. A falta de preservação do leito do córrego é a principal causadora das constantes erosões que ocorrem no bairro onde foi implantado. Mobiliário das pistas de caminhada e grades de proteção do local estão destruídos e não oferecem um local seguro de lazer à população.

Ao DA, Genely de Almeida é uma liderança local do Setor Garavelo. Ela administra uma página do bairro nas redes sociais com mais de mil seguidores onde faz publicações à serviço da comunidade. Genely denuncia o estado de abandono do Parque Tamanduá há anos. “Se as autoridades não tomarem alguma providência, nossa mata vai virar um verdadeiro lixão”, disse, Genely.

Ela declarou que o descarte de resíduos feitos no interior e na imediação da área de preservação ambiental são constantes. “Os próprios moradores não colocam lixeira na porta das suas casas e tem coragem de atravessar a rua e colocar no parque. Tudo é feito na frente dos guardas que deveriam proteger o local”.

A liderança comunitária culpa a falta de proteção das grades danificadas pelo aumento de lixo no interior da mata. “Dói o coração a gente caminhar no parque e ver que ele está se transformando em local de descarte de lixo”, declara. Ela afirma que as grades estão danificadas desde o último ano, quando houve queda de algumas árvores pela chuva.

Genely denuncia também a falta de banheiros públicos, lixeiras e placas de proibição de descarte de lixo. Além disso, cobra iluminação pública e segurança no espaço. “A iluminação pública aqui só existe em parte do parque e são aquelas lâmpadas amarelas, que dificultam a visibilidade e compromete a segurança do nosso parque”, lamenta.

Falta de acessibilidade

Severino José dos Reis, de 56 anos, mora nas imediações do Parque Tamanduá. Além do abandono do local, o sapateiro disse ao DA que a acessibilidade no parque fica comprometida por falta de rampas para cadeirantes, que são poucas. “O parque está praticamente abandonado e existem muitos pontos que precisam ser revistos.

As rampas de acesso à pista de caminhada, por exemplo, são dispostas apenas nos cantos da pista. Se precisar acessar pelo meio da quadra do local, fica impossível”, declarou Severino.

Ele revelou que a queda de algumas árvores no último ano danificou parte das grades que separa a pista de caminhada do interior da mata no parque, mas o Poder Público nunca recolocou as proteções. Segundo Severino, a falta de grades de proteção e de iluminação pública trazem forte sensação de insegurança no local durante à noite.

“A gente fica preocupado porque a mata pode ser usada como esconderijo de alguém mau intencionado. Além disso, falta iluminação pública. Em alguns lugares fica muito escuro à noite e pode ter risco de assalto, roubo”, afirma. Além de contribuir com a insegurança, a falta de grades faz com que haja invasões da mata para descarte ilegal de resíduos o que torna mais grave a degradação da área de proteção ambiental do espaço.

A reportagem entrou em contato ontem, 1º, de manhã, por e-mail, com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para apresentar aos leitores os projetos da gestão municipal de recuperação ambiental, mobiliário urbano, além de intensificação da segurança no local, entretanto, até o fechamento desta edição, às 17 horas, a pasta não havia respondido aos questionamentos.

Em consonância com a ética e as leis vigentes neste País, o DA esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.

Foto: Eduardo Marques

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