Aparecida

Tese de Mendanha por candidato próprio carece de respaldo no MDB

Estimulado pela oposição, principalmente o PSDB (aproximou-se do ex-governador Marconi Perillo), e por alguns membros de sua equipe de governo, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha não conseguiu adeptos entre presidentes de diretórios municipais e prefeitos do MDB à sua proposta de disputar o governo de Goiás em 2022.

Nas suas andanças pelo interior do Estado, Mendanha teve o apoio apenas do deputado estadual Paulo César Martins, cuja atuação política é limitada à região de Quirinópolis. Presidentes de diretórios, prefeitos e vereadores mostraram a Mendanha a inconveniência de o MDB lançar candidato próprio a governador, diante da performance do governador Ronaldo Caiado e também da fragilidade eleitoral do partido.

Mendanha ainda foi alertado sobre o risco que ele corre ao “trair” a memória de seu principal mentor político, o ex-prefeito Maguito Vilela e de se afastar do “aliado de primeira hora”, ex-deputado federal Daniel Vilela.

O próprio Mendanha já teria manifestado ao seu círculo íntimo que a sua preocupação é ganhar a fama de “traidor”, já que ele deve tudo, em termos políticos, a Daniel e ao seu pai Maguito. Daniel, em 2016, bancou o seu nome para prefeito, convencendo seu pai, Maguito, de que, naquele momento, Mendanha era o nome da renovação em Aparecida e o preferido das bases políticas locais. Maguito pretendia lançar Euler Morais, seu aliado histórico.

Segundo o Jornal Opção, o prefeito aparecidense seria uma “invenção” política da família Vilela. Sem isso, ele hoje não passaria de mais um vereador em Aparecida, apagado e desconhecido.

Ainda de acordo com o Jornal Opção, os que conhecem Mendanha garantem que ele está tentando se colocar como liderança estadual, mas, se Daniel Vilela firmar uma aliança com Caiado, com o objetivo de fortalecer o MDB, ele acabaria por acompanhá-lo — deixando seu projeto estadual para mais adiante, afinal tem apenas 38 anos, mesmo porque não haveria outra alternativa a não ser… a traição.

Emedebistas dizem que o prefeito aparecidense é um político “leal”, “do bem”, apesar da imaturidade, e que, no final das contas, não teria coragem para prejudicar o projeto do MDB e de Daniel Vilela. Projeto que, frise-se, também é bancado pelo ex-governador, ex-ministro, ex-senador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende Machado.

Os emedebistas sustentam que, se optar por acompanhar o ex-governador Marconi Perillo — inclusive filiando-se ao PSDB —, para disputar o governo, passaria a campanha tendo de explicar duas coisas. Primeiro, a “traição” a Daniel Vilela e ao legado deixado por Maguito Vilela.

Segundo, estaria se aliando àquele político que, durante 20 anos, atuou como uma espécie de “algoz” do MDB e de suas lideranças, como Iris Rezende, Maguito Vilela e Léo Mendanha (pai de Gustavo Mendanha). Contribuir para “ressuscitar” o tucano Marconi Perillo é como ‘massacrar’ a história de Iris Rezende, Maguito Vilela, Léo Mendanha e, claro, do MDB. (H.L.)

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