Política

Esqueçam 2022. Caiado será reeleito governador

Ele soube aglutinar forças em todos os quadrantes de Goiás, em todos os segmentos políticos, em todas as correntes doutrinárias, que o colocam na dianteira e tendem a fortalecê-lo ainda mais até o pleito de outubro

 

Foto: Reprodução Redes Sociais


Helmiton Prateado

As eleições de 2022 já estão com o enredo traçado em Goiás e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) será reeleito, com grandes chances de ser ainda no primeiro turno. Estou afirmando isso já com a inflexão verbal positiva sem colocar na condicionante de que “poderá ser” com base nos principais indicativos que estão colocados no cenário atual.

Na política vence quem erra menos e Caiado está patenteando uma verve de articulador que estava oculta durante seu estágio nos mandatos de deputado federal e senador. O Parlamento é o mundo das ideias e o Executivo o mundo das coisas. O médico Ronaldo Caiado teve tempo de sobra para exercitar a reflexão de como fazer política e aplicar agora no mandato de governador e sua gestão à frente do Governo de Goiás mostram isso.

Eu tive acesso privilegiado a três pesquisas qualitativas que orientam com precisão essa assertiva da reeleição de Caiado. Por várias razões a conjuntura política lhe é favorável, a começar da premissa de que a expectativa de poder é mais forte do que o exercício do poder em si.

 

Todos estão com a reeleição

Caiado soube aglutinar forças em todos os quadrantes de Goiás, em todos os segmentos políticos, em todas as correntes doutrinárias, que o colocam na dianteira e tendem a fortalecê-lo ainda mais até o pleito de outubro.

Estão com o governador os principais próceres da política goiana em perfeita simbiose com Caiado. A começar do virtual candidato a vice-governador, Daniel Vilela e o MDB que ele lidera, sigla com vasta capilaridade em Goiás e com uma herança política poderosa, capaz de pesar muito na balança eleitoral.

Com peso político de inestimável significado está o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira e a legenda que ele agregou, o PSD; com deputados, candidatos com grande potencial eleitoral e seu presidente, Vilmar Rocha, de larga experiência na política goiana. Lissauer é tão poderoso que talvez nem saiba mensurar o poder de sua influência, a ponto de ser chamado “vice-rei” e sua atuação será preponderante para a vitória de Caiado. Junto com ele estão figuras emergentes de primeira grandeza como o ex-secretário Ismael Alexandrino e o vice-prefeito de Rio Verde Danillo Pereira.

 

A arte de convergir e de conquistar

Mas, voltando ao quesito errar menos, a conjuntura é plenamente favorável a Caiado. As pesquisas qualitativas que vi mostram que o governador foi bem avaliado pela população no enfrentamento à pandemia de Covid-19, inclusive quando destoou de Bolsonaro e decretou o fechamento de comércios, distanciamento social, trabalho remoto para servidores públicos e investiu pesado na ciência, como se esperava de um médico.

O genocida será sempre lembrado pelas mais de 600.000 mortes e seu negacionismo ignóbil, enquanto Caiado tem a seu favor os hospitais de campanha, os investimentos na saúde e o primado da ciência, em oposição à bestialidade do kit-covid. Caiado aglutinou apoios importantes e agregou potenciais adversários, sabendo como poucos a arte de convergir para conquistar.

Dividiu frentes de oposição e fragmentou correntes hostis. Ex-prefeitos e atuais mandatários que poderiam ir para a área de influência de adversários receberam seu quinhão no bolo do poder e agora cerram fileiras com o governador. Caiado aprendeu com precisão que ninguém alcança o poder sem partilhar e igualmente não o exerce sem colocar todos à sua mesa saciados.

 

A oposição erra sem parar

Ao contrário do governador, a oposição erra feio e não tem margem para avançar sobre as forças governistas. As pesquisas qualitativas mostram que o único com condições de polarizar com Caiado seria o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB. Ele mesmo tem ciência do teor dessa pesquisa e abortou sua pretensa candidatura a governador.

Marconi está na lembrança de obras da população, mas tem uma rejeição monstruosa, que lhe impede de crescer. Quanto a reunir forças junto de si, ficou patente que ele permitiu a divisão de suas legiões, porque permitiu que dois ex-presidentes de seu partido esvaziassem sua candidatura. Jânio

Darrot foi para o lado de Caiado e levou o prefeito de Trindade, Marden Júnior. Seu ex-vice, que foi o governador por nove meses, José Éliton foi para o PSB e será candidato a governador junto com o PT. Marconi Perillo tem dificuldades até para arrecadar recursos para a campanha e lhe restará apenas uma candidatura ao senado.

 

Mendanha caiu no canto da sereia

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, foi encantado pelo canto da sereia e se lançou candidato. Sem uma frente partidária que lhe dê tempo de televisão, sem dinheiro para a campanha, sem deputados que lhe apresentem no interior, sem ser conhecido o suficiente para sustentar um pleito majoritário, esnobado por Bolsonaro e desautorizado pelo presidente de seu partido a se juntar a Marconi Perillo.

O presidente que estou me referindo é Jorcelino José Braga, velho amigo e companheiro de décadas de Ronaldo Caiado. Caiado reuniu nos últimos seis meses uma frente política coesa, forte, plural e ramificada em todo o Estado. Quem quiser se habilitar a disputar em condições de igualdade com ele precisará de um esforço hercúleo e contar com muita sorte, sem errar mais.

Ronaldo Caiado, ao contrário, tem a seu favor um céu de brigadeiro para voar, um mar sem procelas para navegar e uma estrada bem pavimentada para percorrer, lhe basta administrar o resultado.

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