Editorial

Mulheres

Nunca como na atual eleição as mulheres tiveram um papel tão preponderante como o que se prenuncia, em reconhecimento, inclusive, à sua importância antigamente negada, mas agora considerada da maior importância para a sociedade brasileira.

As pesquisas mostram que o eleitorado feminino será estratégico para a definição do futuro do País. É por isso que o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro parece condenado ao fracasso. Bolsonaro praticamente não tem votos entre as mulheres, cuja maioria esmagadora – 60% – prefere o ex-presidente Lula, restando para o presidente misógino e intolerante menos de 20%.

Esses números são consequência do machismo de Bolsonaro, em um mundo em transformação onde as mulheres conquistam diariamente o espaço correspondente à sua importância e à sua dimensão humana, e da maneira depreciativa com que sempre trata as cidadãs brasileiras, confirmado mais uma vez ao não condenar o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães pela política de assédio sexual que implantou naquela estatal.

O machismo e o preconceito, no entanto, não ocorrem só na esfera dos absurdos e barbaridades perpetrados por Bolsonaro. Eles estão infiltrados em outras esferas de poder, valendo citar o exemplo gritante do secretariado do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que em quase 30 pastas, em seu período de gestão, teve apenas duas mulheres, uma das quais a sua própria esposa, Mayara Mendanha.

Quer dizer: a gestão de um município onde vivem mais de 300 mil mulheres foi entregue exclusivamente a homens. Não foi correto e projetou uma imagem de desvalorização feminina a cargo de uma autoridade, o sr. Mendanha, que se propõe agora a levar o seu modelo de gestão para o Estado, candidatando-se a governador com base no que fez na 2ª cidade mais populosa de Goiás.

A presença da mulher cresce sem parar em todas as frentes da sociedade brasileira, vencendo o machismo e o preconceito de gente como Bolsonaro e Mendanha e de outros tantos que conspiram para manter o atraso e o retrocesso que ainda afetam largas faixas da população. Mendanha quer ser eleito para replicar, estadualmente, tudo o que fez em Aparecida. Se isso acontecer, as mulheres serão varridas da administração do Estado, em uma triste volta ao passado.

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