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Oposição a Caiado, em 2022, tende a se fragmentar e mostrar fragilidade

As perspectivas de reeleição do governador Ronaldo Caiado assustam a oposição, que ainda por cima não consegue se constituir em frente para lançar um candidato único no pleito do ano que vem.

As divergências entre os partidos oposicionistas parecem insuperáveis. Para começar, as legendas de esquerda e direita não têm a menor chance de se aproximar: ninguém quer, por exemplo, o PT, que deve ganhar visibilidade com a candidatura do ex-presidente Lula, porém sem atrair parcerias em Goiás.

Nem mesmo dentro da esquerda há chances de lançamento de um nome comum em 2022. Siglas radicais como o PSOL recusam a aderência ao PT. O próprio PSB, de corte ideológico mais moderado, também não se alinha com os petistas.

A fragmentação prossegue nas demais posições do espectro político: o MDB caminha para se aliar com o DEM e até mesmo participar da chapa de Caiado, com a indicação de Daniel Vilela como candidato a vice-governador. Como maior e mais representativo partido de oposição, a sua falta abre uma lacuna que não há como preencher em qualquer projeto de antagonização com o Palácio das Esmeraldas.

Sem o MDB, a oposição perde o fôlego e o oxigênio. O PSDB esperneia, mas os desgastes acumulados durante os anos de poder e os escândalos de corrupção inviabilizam a legenda. Seus maiores nomes – Marconi Perillo e José Eliton – foram fulminados na eleição de 2018, quando saíram cambaleando da surra que levaram nas urnas.

Correndo por fora, o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, que sumiu do mapa, tenta se firmar nas pernas, mas perdeu a aposta que fez ao se filiar no Patriota, esperando a filiação de Jair Bolsonaro, para representar o bolsonarismo em Goiás em 2022. Pior: Bolsonaro perdeu a popularidade e hoje corre o risco de sequer se classificar para o 2º turno da eleição presidencial. O projeto de Jânio virou pó.

Não há no horizonte qualquer saída para a oposição escapar da pulverização e se unir, regra básica da política para qualquer processo de confrontação com um adversário robustecido como Caiado, ainda mais reforçado por novas forças, como o MDB, o Republicanos e o PSD, a caminho de fechar com a reeleição.

Centro-direita em Goiás não admite se aliar a nenhum partido de esquerda

O ex-deputado federal Vilmar Rocha, presidente estadual do PSD, reprova qualquer proposta de aliança com o PT, em razão das divergências ideológicas. Ele diz que o partido só vai tratar da sucessão estadual a partir de janeiro e não descarta aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado, como também não fecha portas para diálogo com a oposição centro/direita.

A meta do PSD, segundo Vilmar Rocha, é indicar candidato a vice-governador ou a senador. “Temos conversado com diversos partidos, pois queremos participação na chapa majoritária, mas as definições só correrão mais à frente.”

Já Alexandre Baldy, ex-ministro das Cidades no governo Michel Temer e presidente do Progressistas de Goiás, diz que o seu partido não quer aliança com o PT lulista nem no Estado nem no país. Ele, que é pré-candidato ao Senado Federal, busca reaproximação com o governador Ronaldo Caiado visando aliança do Progressistas com o DEM nas eleições do ano que vem.

“Progressistas e PT não estarão no mesmo palanque nem na sucessão presidencial nem na sucessão estadual. Estaremos dialogando com outras forças políticas e vamos buscar o melhor caminho para o partido, tanto em Goiás quanto no país”, frisa Baldy.

O PSL, presidido em Goiás pelo deputado federal Delegado Waldir, deverá apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, que se desfiliou da legenda em 2019. Partido assumidamente de direita, o PSL descarta qualquer aliança com o PT de Lula para 2022. “Não temos afinidade ideológica com o PT e, por isso, estaremos defendendo outra proposta administrativa para o país e para Goiás.”

O deputado federal Major Araújo, da “tropa de choque” do bolsonarismo na Câmara Federal, também filiado ao PSL, tem diferenças políticas e ideológicas com o PT. “As propostas do PT para o país são retrógradas”, resume. O Patriota, presidido em Goiás por Jorcelino Braga, ex-secretário estadual da Fazenda no governo Alcides Rodrigues, pretende lançar o ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot.

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