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Peixes ornamentais: uma verdadeira sinfonia de cores e comportamentos

Mais de 11 milhões de brasileiros possuem aquários em casa, veja como cuidar melhor dos animais

Ao pensar em animais de estimação, é comum que a maioria das pessoas logo associam cães e gatos, por conta de sua grande popularidade. Entretanto, o brasileiro também tem uma paixão pelo aquarismo e pela criação de peixes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 11 milhões de pessoas mantêm aquários em casa no país.

Para garantir a saúde e o bem-estar dos peixes, o médico veterinário Thiago Bastos explica que  é necessário conhecer seus hábitos e evitar mantê-los no mesmo aquário com espécies mais agressivas ou incompatíveis. Além disso, é essencial manter a água do tanque limpa e fornecer apenas os alimentos adequados para cada tipo de peixe adquirido.

 O especialista conta que a ciência  mostra que os primeiros peixes surgiram há cerca de 530 milhões de anos e, que, atualmente, existem mais de 23 mil espécies deles na natureza. “Por muito tempo, foram fundamentais para a subsistência da humanidade, alimentando populações e acompanhando as transformações sociais ao longo da história”, explica.

Diante de tamanha importância e fascínio pelos peixes,  o médico veterinário aponta como fundamental seguir todas as recomendações e cuidados necessários para a garantia de sua saúde e longevidade. E assim, você poderá desfrutar de um aquário encantador e repleto de vida em sua casa!

Brasileiros são apaixonados por peixes e aquários

O surgimento do aquarismo

Dados do Discovery Channel, mostram que os egípcios antigos podem ser considerados os pais do aquarismo.  A informação é confirmada pelo especialista ouvido pelo Diário de Aparecida. Segundo Bastos, foi para estudar o nado e o comportamento dos peixes e, desta maneira, prever cheias ou secas no Rio Nilo,  o povo egipcio  construía uma espécie de tanque de argila e vidro. “E foi aí que criaram a base para os aquários modernos”, finalizou.

O veterinário conta ainda que, com o passar do tempo, a prática se desenvolveu na China e no Japão, chegando depois à Europa, e o aquarismo virou um hobby e se espalhou pelo mundo. “E, foi aí que os amantes dos peixes passaram a realizar o cruzamento de espécies para chegar às diversas cores e formas dos peixes ornamentais que vemos hoje”, revelou.

A seguir, o médico veterinário elencou algumas curiosidades sobre esses animais que encantam tantas pessoas.

Peixe morre pela boca?

“O ditado popular diz que devemos tomar cuidado com o quê e para quem falamos algo é inspirado no fato dos peixes morrerem ao abrir a boca para pegar uma isca e são puxados para fora da água pelo anzol”, explica o especialista.

De acordo com ele, a alimentação dos peixes depende diretamente da temperatura da água. “Animais de sangue frio são conhecidos como pecilotérmicos. Isso significa que sua alimentação é diretamente afetada pela temperatura ambiente. Quando está frio, os peixes tendem a ingerir menos comida, e vice-versa. No entanto, é importante respeitar seus limites biológicos, pois águas excessivamente quentes podem estressar os peixes e afetar sua capacidade de se alimentar:  orienta Bastos,  com detalhes

O especialista explica ainda que, além disso, há peixes com vários hábitos alimentares. Segundo ele, alguns são herbívoros, outros onívoros e há carnívoros também. Bastos detalha que fornecer o alimento correto, e na quantidade certa, é extremamente importante para a manutenção da qualidade da água e para a saúde desses animais.

Segundo ele, a alimentação em excesso dos peixes ornamentais pode causar problemas de saúde, pelo acúmulo de sobras de ração no fundo dos aquários. “Essa sobra de alimento pode modificar a química da água, aumentar os níveis de toxinas e ser muito prejudicial à saúde dos peixes. Por isso, o tutor deve tomar cuidado em não oferecer alimento em excesso ao animal”, finaliza.

Peixes têm pálpebras e ouvidos?

O especialista explica que a maior parte dos peixes não têm pálpebras. De acordo com ele, é daí que vem a lenda de que eles não dormem, já que sem pálpebras, eles não podem fechar os olhos, parecendo estar sempre acordados.  O veterinário explica que, para descansar, eles buscam um local mais “aconchegante” e seguro, que pode ser uma estrutura de pedras na natureza ou uma determinada parte do aquário.

Outra curiosidade revelada pelo especialista sobre o sono dos peixeso dormem profundamente como os mamíferos terrestres, parecem mais reduzir sua atividade e metabolismo enquanto permanecem em estado de alerta, tendo funções restauradoras similares à atividade de dormir dos humanos.

Esses animais também não têm um pavilhão auditivo externo (orelha externa), mas em compensação, possuem sistema auditivo interno que os torna capazes de captar sons e vibrações vindos da água. No ambiente doméstico, o barulho da casa pode irritá-los, deixando-os estressados — e isso pode atrapalhar seu apetite, crescimento e reprodução. “Deve-se lembrar que não pode bater no vidro do aquário, para chamar a atenção dos peixinhos”, alerta o médico veterinário.

Peixes podem ter falta de ar?

Bastos revela que, por incrível que possa parecer, sim. Ele explica que, como acontece com os humanos, eles precisam trocar oxigênio com o ambiente, para respirar. “O peixe Betta, por exemplo, possui órgãos como o labirinto e a bexiga natatória que permitem a respiração fora da água. Assim, ele pode subir até a superfície para respirar”” exemplificou.

Ele conta que caso encontre algum empecilho para emergir e respirar, ele pode morrer sufocado. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos com a troca de água e não criem Betta em aquários profundos.

Peixes bebem água?

Sim! Bastos conta que os peixes absorvem água através da pele e brânquias num processo chamado de osmose ou osmorregulação. De acordo com ele, é assim que eles regulam a quantidade de sais no interior de seu organismo.

Peixes sentem frio?

Sim! O especialista explica que os peixes são animais ectotérmicos, cuja regulação da temperatura do corpo depende de fontes externas, como a luz do sol ou superfícies quentes.  Segundo ele, dependendo da espécie envolvida, os aquários precisam ter fontes térmicas. “Expostos a temperaturas baixas, o metabolismo desses animais pode desacelerar, reduzindo até o apetite dos bichinhos”, concluí. Leia também a nossa edição impressa

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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