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Tecnologia possibilita traços mais ousados e arquitetura mais eficiente

Se antigamente algumas formas e linhas como as que encontramos no icônico Museu Guggenheim, em Bilbao na Espanha, eram quase impossíveis de serem traçadas no papel, hoje, com modernos softwares de computação gráfica e renderização, essas linhas mais ousadas não só se tornaram mais fáceis de serem projetadas, mas também de serem executadas.

Mas a tecnologia tornou o trabalho dos arquitetos mais fácil? Na avaliação do arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, não necessariamente. “Antigamente algumas formas eram quase impossíveis de serem projetadas, como superfícies reversas, elementos helicoidais, e para você fazer um corte numa fachada e isso chegar na obra para ser executado era impossível. Hoje a arquitetura te exige outras habilidades, mas também exige que o profissional tenha o talento e feeling de vislumbrar as melhores formas para o projeto e para as pessoas”, afirma o arquiteto, que possui mais de 20 anos no mercado e já assinou mais de 3 milhões de metros quadrados de projetos em diferentes Estados brasileiros.

Para Paulo Renato, quem mais ganha com as ferramentas tecnológicas usadas na arquitetura hoje é o cliente, que, segundo ele, conta com projetos mais ousados sob o ponto de vista estético, mais eficientes e sobretudo em relação à perspectiva do que se está projetando. “Antigamente o cliente via o projeto somente em planta baixa. Era muito difícil. Hoje, por exemplo, você usa o recurso de realidade aumentada, é só apontar a tela do celular ou de um tablet para um terreno e a pessoa pode ver virtualmente a casa pronta”, descreve o arquiteto.

O também arquiteto Jean Marcel observa que a tecnologia na arquitetura está evoluindo muito rapidamente e a pandemia acelerou ainda mais esse processo. “Temos hoje uma infinidade de aplicativos, de sites e programas que estão revolucionando os métodos como desenvolvemos os projetos”, pontua Jean.

Ele destaca os softwares baseados na plataforma BIM [Building Information Modeling], que resultam em projetos e obras muito mais eficientes, bem como possibilitam uma visualização muito melhor do que será o projeto. “Nós, que sempre buscamos atualizar nossos processos de trabalho, contamos com o melhor software de sistema BIM para arquitetura que se tem no mercado, o Archicad. É um programa em que conseguimos modelar um projeto, fazendo uma construção virtual. Inserimos neste modelo digital o máximo de informações geométricas e construtivas. Assim, ao concluir um projeto, conseguimos, por exemplo, extrair toda documentação técnica necessária para iniciar a obra”, explica Jean.

Softwares de computação gráfica possibilitam atualmente um refinado trabalho de renderização, o que facilita muito a apresentação das fachadas. “Temos um ótimo índice de aprovação de fachadas por conta disso. Com os softwares da plataforma BIM, conseguimos montar maquetes digitais que trazem uma sensação de realismo muito grande”, destaca Marcel.

Segundo Jean, por meio da plataforma BIM, além da questão da modelagem e da estética, é possível gerir de forma muito mais eficiente as informações do projeto arquitetônico, refletindo numa melhor eficiência e otimização de custo da obra. “Com o máximo de dados técnicos que o cliente nos passa, transferimos isso para dentro de um modelo virtual em 3D. Assim, o sistema BIM nos traz um modelo geométrico rico em informação. Então, quando alimentamos o projeto com informações confiáveis nós conseguimos extrair, por exemplo, quantitativos para o cliente gerar seus custos. Dessa forma, ele consegue ter um controle do que ele quer no projeto.”

 

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