Aparecida

Vereadores de Aparecida defendem retirada de supermercados e atacadistas do sistema de escalonamento

Eduardo Marques

Representantes dos supermercados e atacadistas receberam apoio de 14 dos 25 vereadores de Aparecida de Goiânia, em reunião na terça-feira, 30, na Câmara Municipal, para retirada do setor do regime de escalonamento no município. Essa é uma demanda antiga dos empresários que alegam que o fechamento dos estabelecimentos em quatro dias da semana gera aglomeração de clientes nos dias de abertura dos empreendimentos. 

Atualmente, em Aparecida de Goiânia, funciona o sistema de isolamento social intermitente, no qual a cidade foi dividida em 10 macrozonas, com quatro macrozonas fechando duas vezes de segunda a sexta-feira, sendo que aos sábados e domingos o dia todo. Os supermercados também devem fechar nos respectivos dias de suas macrozonas que estão localizados, exceto aos sábados e domingos.

Além do argumento das aglomerações, os supermercadistas alegam que aqueles que comercializam produtos hortifrutigranjeiros e de padaria precisam dar escoamento aos produtos perecíveis. Representantes do segmento apresentaram uma carta aberta aos vereadores na sessão plenária com fotos e dados que sustentam o pedido de retirada do segmento do escalonamento de atividades em Aparecida.

O presidente da Casa, vereador André Fortaleza, abriu os trabalhos afirmando que o Legislativo não está omisso em relação aos problemas enfrentados por todos os setores comerciais e que estará sempre aberto a debater e buscar soluções que amenizem as dificuldades. Em seguida, André apresentou um documento elaborado pelos representantes dos supermercados e atacadistas que propõe a exclusão da categoria do escalonamento, mantendo-os funcionando todos os dias. 

Aglomerações 

Na proposta,  além de ressaltar o caráter essencial do setor, apresentou dados e fotos que indicam que, ao contrário do objetivo buscado, o sistema de escalonamento tem aumentado as aglomerações, uma vez que, ao diminuir o período de abertura do segmento, acaba concentrando o fluxo nos dias em que estarão abertos. Além disso, pontua que no funcionamento anterior ao escalonamento os supermercados e congêneres geravam menos aglomerações e consequentemente menor disseminação do vírus.

Por fim, o material também relacionava todas as medidas adotadas desde o início da pandemia que permitiria ao setor continuar funcionando durante toda a semana, como: uso obrigatório de máscaras, aferição da temperatura corporal, disponibilização de álcool em gel e obrigatoriedade do uso, limpeza frequente de carrinhos e cestas, controle rigoroso de entrada, faixas demarcatórias de espaço, treinamento e orientação rigorosa dos colaboradores para ajustar às novas regras, limpeza triplicada dos espaços e superfícies, atendimento ao público por senha nos açougues e padarias, proteção de acrílico nos check-outs e flexibilização das regras para afastamento dos funcionários que apresentem qualquer sintoma relacionado ao novo coronavírus.

Unicidade 

A reunião também contou com a participação do deputado federal Glaustin da Fokus, que sugeriu que seja feito apenas um modelo para os municípios de Aparecida de Goiânia e Goiânia. “Quando os supermercados de uma região estão fechados, a população vai a outro, até mesmo em casos que a diferença é de apenas uma rua, o que causa aglomeração. Por isso, estamos aqui para solicitar que seja analisado com bom senso a abertura diária dos supermercados, ficando fora do escalonamento do município devido a sua essencialidade”, pontuou Glaustin.

Em seguida, André Fortaleza advertiu que a situação poderia ser amenizada se houvesse uma maior adesão da população às regras impostas durante a pandemia, pois se todos tivessem a consciência de se deslocarem de suas casas apenas em situações essenciais, talvez os comércios não precisassem fechar em algum momento.

Reunião do comitê é marcada por divergências entre prefeitura e setor produtivo 

A proposta foi apresentada logo em seguida ao Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida de Goiânia, porém não houve consenso entre os membros. Enquanto representantes do setor produtivo e da Câmara defenderam a retirada dos supermercados do modelo de isolamento intermitente do comércio, indústrias e serviços, o secretário da Fazenda e o Procurador do Município tomaram decisões opostas. 

Membro do comitê, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG), Maione Padeiro, declarou ao Diário de Aparecida que farão uma nova reunião para estudar os efeitos técnicos das aglomerações no município após a abertura do segmento. 

“Somos favoráveis à abertura de toda cadeia do segmento. A equipe técnica da secretaria de Saúde ponderou se essa medida poderia promover aglomerações. Eles farão um novo estudo para entender o impacto das aglomerações. Portanto, nos dias em que as macrozonas estão fechadas, os supermercados e similares continuam sem poder funcionar, porém com funcionamento interno sem comercializar”, disse. (E.M.)

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