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Vereadores estudam criar CEI para investigar ações da Enel junto a consumidores e funcionários

Durante a audiência pública realizada pelos vereadores Mauro Rubem (PT) e Anselmo Pereira (MDB) nesta quinta-feira, 18, para discutir a situação dos trabalhadores terceirizados da Enel, houve a sugestão de se criar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as ações da empresa, incluindo o tratamento dedicado aos funcionários e aos consumidores, além das taxas cobradas, que a colocam entre as recordistas de reclamações no Procon. A sugestão da CEI partiu de Santana Gomes (PRTB) e recebeu o apoio dos demais vereadores presentes.

Frank Rezende, funcionário terceirizado, membro do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg) e da Federação Regional dos Eletricitários e Saneamento, afirmou que há abuso por parte dos diretores em relação aos trabalhadores da Enel. Segundo ele, advertências são distribuídas por motivos como a camisa por fora da calça, estabelecendo um ambiente de terror na empresa. “Eles fazem isso, porque, com três advertências, o funcionário pode ser demitido. Não podemos reclamar nada. A escravidão chegou a Goiás por meio da Enel”, declarou. Os trabalhadores também reclamaram da carga horária, de pressões psicológicas por superprodutividade e pediram reajuste salarial e no vale alimentação. De acordo com eles, os cerca de oito mil terceirizados recebem menos que os funcionários diretos da Enel. A categoria ainda reivindica a inclusão de 30% de periculosidade nas horas extras e o fim do banco de horas.

O vereador Ronilson Reis (Podemos) destacou que as denúncias feitas pelos funcionários é grave e que a Enel não está isenta de responsabilidade por eles serem terceirizados. Ronilson vai levar o caso ao Ministério Público do Trabalho. “Não importa se é a empresa terceirizada que tem perfil abusivo. A Enel é corresponsável por esses atos e tem que ser penalizada”, explicou. Mauro Rubem prometeu ir à Embaixada da Itália, em Brasília, para discutir as denúncias e garantiu que pedirá o mesmo tratamento que a empresa reserva para seus trabalhadores na Europa. Também participaram da audiência pública membros da Agência de Regulação de Goiânia e da Associação das Donas de Casa de Goiás. A Enel foi convidada, mas não enviou representante. Os funcionários terceirizados paralisaram suas atividades nessa quinta-feira e decidiram manter a paralisação, já que a empresa não compareceu à audiência. “Vamos aguardar o posicionamento da Enel para voltar ao trabalho”, definiram.

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