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52,3% dos usuários transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana não são dos serviços essenciais

Ana Paula Arantes

A partir de hoje, 23, o transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana irá operar com embarque prioritário nos horários de pico, das 5h45 às 7h15 da manhã e das 16h45 às 18h15 da tarde.  Mais da metade dos trabalhadores do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana não são dos serviços essenciais, como apontou a pesquisa do Consórcio RedeMob (Rede Metropolitana de Transportes Coletivos que reúne cinco concessionárias). 

A medida foi discutida em uma videoconferência  entre  o  governador  Ronaldo Caiado, a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RedeMob Consórcio), Companhia Metropolitana de    Transportes Coletivos (CMTC), Ministério  Público  e  os  prefeitos   dos   municípios  da  Região  Metropolitana

A assessoria da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia (RMTC) disse ao Diário de Aparecida que Aparecida liderou quando os ramos perguntados foram os de atividade exercida nos serviços domésticos, indústria e comércio. 

A pesquisa que abrangeu todo o Sistema Integrado Metropolitano Anhanguera (SIMA) revelou que menos da metade deles, 47,4%, pertence às atividades essenciais; e 52,3% estavam usando o serviço e indo para destinos de trabalho não essenciais, que são funções proibidas de funcionar por decreto. 86,6% dos usuários que utilizam o transporte público nos dias atuais são trabalhadores. 

Um dado curioso da pesquisa indica que 90% das empregadas domésticas e diaristas eventuais não possuem carteira de trabalho assinada ou qualquer comprovação de vínculo empregatício. E se mais da metade dos usuários estão se locomovendo para o trabalho, provavelmente as empresas estão descumprindo o lockdown. Se fosse um aparato de fiscalização começasse a checar a condição de cada usuário dos ônibus, o embarque poderia se tornar burocrático.  

“A viagem seria retardada, geraria novas aglomerações, sem falar nos atrasos. As pessoas não entram no ônibus para ir passear ou porque gostam de andar de ônibus, considerando que a tarifa é muito cara. Ninguém anda à toa, os desempregados vão buscar emprego, ou ocupação em algum ponto da cidade”, falou ao DA a assessoria RMTC.    

Na tarde de ontem, a empregada doméstica, Ângela Maria Ferreira, moradora do Setor Colina Azul, disse à nossa reportagem que está confusa por nunca ter que ver sua rotina cumprir medidas tão complexas. “Moro há 30 anos em Aparecida e sou doméstica há 25 anos, e pretendo me aposentar nessa profissão, minha carteira é assinada, mas tenho colegas que não são  registrados, e dependem dos ônibus para irem trabalhar. Esperamos que não dê problemas nos embarques. Só queremos ganhar o sustento”, falou a trabalhadora de  50 anos de idade.  

Solução

A Redemob Consórcio implantou um cadastro emergencial de usuários no sistema de bilhetagem, incluindo Aparecida de Goiânia. Ao DA, a RMTC ratificou que todo os 100% do sistema, todos os municípios que compõem a RMTC farão parte da restrição de embarque. Quem não for dos segmentos elencados por decretos (estadual e municipal) como prioritários (saúde, alimentação, farmacêutico e industrial, entre outros) terá o embarque ou a integração liberada após o período. 

A validação do embarque, assim como o bloqueio temporário, será feita via cartão sitpass. os passageiros vinculados aos serviços e atividades essenciais que tiverem feito previamente o seu cadastro emergencial junto à Rede Metropolitana de Transporte Coletivo – RMTC, pelo site www.rmtcgoiania.com.br/embarqueprioritario, acessível por computadores e celulares. 

Foram realizadas 516 entrevistas válidas, determinando uma margem de erro de 4,31% para os resultados gerais, dentro de um coeficiente de confiabilidade de 95%.

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